Parlamento da Rússia dá aval para Putin usar forças armadas fora do país

Resolução foi aprovada por unanimidade em uma reunião extraordinária do Conselho da Federação - câmara alta do parlamento russo.

Da Redação

O Parlamento da Rússia deu permissão para que o presidente Vladimir Putin utilize as forças armadas russas fora do país, informaram as agências de notícias estatais russas RIA-Novosti e TASS. A autorização ocorre em meio à tensão com a Ucrânia.

A resolução foi aprovada por unanimidade em uma reunião extraordinária do Conselho da Federação - câmara alta do parlamento russo.  Segundo a agência TASS, 153 senadores votaram a favor.

"O Conselho da Federação decide dar consentimento ao Presidente da Federação Russa para o uso das Forças Armadas fora do território da Federação Russa com base nos princípios e normas geralmente reconhecidos do direito internacional", diz o comunicado.

"O número total de formações das forças armadas da Federação Russa, suas áreas de operação, suas tarefas, o período de permanência fora do território são determinados pelo presidente de acordo com a Constituição da Federação Russa", completa o comunicado.

Ontem, Putin assinou um decreto reconhecendo a independência de duas regiões separatistas da Ucrânia que são pró-Moscou, o que acirrou ainda mais as tensões entre os dois países.

Em Donbass, dois grupos locais autoproclamaram a independência do que seriam as repúblicas populares de Donetsk e Luhansk. Rebeldes apoiados por Moscou combatem militares ucranianos desde 2014, quando o então presidente Víktor Fédorovych Yanukóvytch (Ucrânia), pró-Rússia, foi deposto. Na mesma época, a Península da Crimeia foi anexada pelo Kremlin.

Envio não será imediato, diz Putin

Depois, em entrevista, Putin disse que o aval do Parlamento não significa um envio imediato das tropas às regiões separatista.

“Em primeiro lugar, eu não disse que as tropas iriam para lá logo após nosso encontro com vocês aqui, essa é a primeira coisa. Em segundo lugar, é impossível prever qualquer esboço específico de ações possíveis, depende da situação específica que está se desenvolvendo no local, no terreno", disse.

As tensões na região crescem desde a última semana, pois várias violações de cessar-fogo foram registradas. Uma bomba, inclusive, atingiu uma escola infantil. Russos e ucranianos se acusam quanto à responsabilidade do atentado.

Rússia, Ucrânia e Otan

Em paralelo ao reconhecimento da independência de Donetsk e Luhansk, Rússia e Ucrânia vivem outro embate. Putin é terminantemente a presença da Otan, aliança militar do Ocidente, no Leste europeu. Isso será possível se Kiev aceitar um eventual convite da organização em que os Estados Unidos é um dos principais membros.

Os EUA e aliados acreditam na possibilidade de invasão russa à Ucrânia. Putin nega qualquer interesse armado contra o vizinho, mas cobra “respostas satisfatórias” e diplomáticas sobre o ingresso de Kiev na Otan.

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