A Rússia lançou nesta segunda-feira (26/98) um ataque com mais de 200 mísseis e drones a instalações de energia em diferentes regiões da Ucrânia, deixando ao menos sete mortos.
O maior ataque russo em semanas gerou uma série de apagões pelo país. Cortes no abastecimento de energia e água foram registrados em diversas áreas, incluindo em partes da capital, Kiev.
O presidente Volodimir Zelenski disse que seu país foi alvo de "um dos maiores ataques russos" desde o início da guerra, em fevereiro de 2022. Ele relatou ainda "grandes danos ao setor energético".
Zelenski pediu que os aliados europeus ajudem suas forças a abaterem drones e mísseis dentro do território ucraniano. "Se essa unidade vem funcionando tão bem no Oriente Médio, deverá funcionar também na Europa. A vida possui o mesmo valor em qualquer parte", afirmou o líder ucraniano, aparentemente se referindo à ajuda dos Estados Unidos à defesa antiaérea de Israel.
Danos à rede elétrica
Autoridades ucranianas avaliam que os ataques desta segunda-feira seriam parte dos esforços russos para danificar a rede elétrica do país antes da chegada do inverno, quando aumenta a necessidade do uso de energia elétrica para o aquecimento das residências.
A Força Aérea ucraniana relatou ter abatido 102 de 127 mísseis lançados contra seu território, assim como 99 de 109 drones. O comandante da Força Aérea, Mykola Oleshchuk, descreveu os ataques russos por mar, terra e água como "os mais massivos" nesses dois anos e meio de guerra.
O primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, disse que 15 regiões do país sofreram prejuízos. Os serviços de emergência ucranianos relataram que ao menos 47 pessoas ficaram feridas, incluindo quatro crianças.
Avanços russos no leste
O Ministério da Defesa da Rússia disse que suas forças utilizaram armamentos de alta precisão para atingir alvos importantes da infraestrutura de energia na Ucrânia que, segundo a pasta, abasteciam o complexo industrial-militar ucraniano, como subestações de energia, estações de compressores de gás e locais de armazenamento de armas para aeronaves.
Os múltiplos ataques russos ocorreram dias após o início da bem-sucedida incursão ucraniana à região russa de Kursk e em meio aos avanços das tropas russas no leste ucraniano, que se aproximam da cidade de Pokrovsk.
Após se reunir com as lideranças militares ucranianas, Zelensky confirmou a decisão de reforçar a frente de batalha próxima a Pokrovsk, onde ocorreram ao menos 38 combates nesta segunda-feira.
EUA e Reino Unido condenam ataques
Os Estados Unidos expressaram indignação com os ataques russos desta segunda-feira. "Condenamos nos termos mais fortes a contínua guerra da Rússia contra a Ucrânia e seus esforços para deixar a Ucrânia e sua população na escuridão, com a aproximação do outono", afirmou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby.
Em Londres, o ministro do Exterior britânico, David Lammy, também reagiu às agressões russas. "O Reino Unido condena o ataque covarde de mísseis e drones contra infraestruturas civis hoje na Ucrânia", afirmou, em postagem no X.
Lammy também disse estar "profundamente entristecido" com a morte do jornalista da agência de notícias Reuters Ryan Evans em um ataque a um hotel em Kramatorsk, a última das grandes cidades na região de Donetsk, no leste do país, ainda sob controle ucraniano.
Uma equipe de seis funcionários da Reuters estava hospedada no hotel quando o local foi atingido no último sábado. Outro jornalista da equipe, Ivan Lyubysh-Kirdey, permanece internado em estado crítico.
rc (Reuters, AFP)