Representantes da Rússia e da Ucrânia voltaram a se reunir nesta terça-feira (29) para negociar um acordo de paz. O encontro acontece em Istambul, na capital da Turquia com a presença do presidente turco Recep Tayyip Erdogan.

Esta é a primeira vez em três semanas que as conversas acontecem presencialmente. Com o papel de mediador, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan pediu um cessar-fogo imediato para o benefício de todos.

Erdogan afirmou que cabe aos dois lados parar a tragédia e disse acreditar que agora o conflito está num período em que são necessários resultados concretos das negociações. 

Nesta manhã, o jornal Financial Times publicou informações do que diz ser um rascunho das demandas de ambos os lados. Segundo a reportagem, a Rússia não iria mais exigir a desnazificação ucraniana e está preparada para permitir que o país se una à União Europeia. Para isso, a Ucrânia teria de abandonar a tentativa de ingressar na Otan e permanecer militarmente neutra. 

Como parte do acordo em consideração, a Ucrânia também abriria mão de desenvolver armas nucleares ou hospedar bases militares estrangeiras. Entre os presentes na reunião em Istambul, está o dono do Chelsea, Roman Abramovich, que é um dos oligarcas russos sancionados pelo Ocidente. 

O Kremlin disse anteriormente que Abramovich desempenhou um papel inicial nas negociações de paz, mas que o processo agora está nas mãos das delegações. Isso ocorre depois que o The Wall Street Journal revelou que o magnata e dois negociadores ucranianos sofreram uma suspeita de envenenamento no início deste mês em Kiev.

O governo dos Estados Unidos anunciou o envio de seis aviões ao Leste Europeu para reforçar as forças de segurança da OTAN. O conflito que começou no dia 24 de fevereiro já deixou mais de 20 mil mortos e fez com que 10 milhões de pessoas deixassem suas casas.