As agências espaciais da Rússia, Roscosmos, e dos Estados Unidos, NASA, chegaram a um acordo para estender seus voos cruzados para a Estação Espacial Internacional (ISS) até 2025. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (28/12) pelas Roscosmos.
Os chamados voos cruzados envolvem o envio de um astronauta americano como parte da tripulação de uma espaçonave russa e um cosmonauta russo como parte de uma tripulação americana.
"Para manter a confiabilidade da operação da ISS chegamos a um acordo com os parceiros dos EUA em 2023 para continuar os voos cruzados até 2025", comunicou a Roscosmos.
Moscou anunciou em julho do ano passado sua intenção de deixar a ISS "a partir de 2024", embora tenha vários cosmonautas na estação espacial e desempenhe um papel fundamental na sua operação.
Rara cooperação entre os EUA e a Rússia
O setor espacial é uma das poucas áreas em que Moscou e Washington ainda trabalham juntos desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em fevereiro de 2022.
Em sua declaração, a Roscosmos também disse que pretende "garantir a presença de pelo menos um representante da Roscosmos no segmento russo e a presença de pelo menos um representante da NASA no segmento americano".
Considerada um modelo de cooperação internacional entre os EUA, a Rússia, o Japão e os países europeus, a ISS começou a ser montada em 1998.
Até o momento, os Estados Unidos, a Rússia, a Europa, o Canadá e o Japão só se comprometeram a manter o laboratório em órbita em operação até 2024, embora os EUA digam que querem continuar o programa até 2030.
Rússia quer própria estação espacial
A Rússia, por sua vez, disse em abril deste ano que queria continuar envolvida até 2028 na ISS, depois de ter dito anteriormente que deixaria de participar do projeto após 2024.
O país almeja criar sua própria estação espacial, que, segundo o presidente russo, Vladimir Putin, poderá estar operacional em 2027, apesar dos escândalos de corrupção e dos recentes fracassos do setor espacial russo.
A ISS foi projetada para realizar pesquisas em um ambiente de microgravidade, além de preparar os seres humanos para missões espaciais futuras. Ela orbita a Terra a uma altitude média de 400 quilômetros e precisa de 93 minutos para dar uma volta completa ao redor do planeta.
lr/le (AFP, EFE, Reuters)