Rússia confirma fim da rebelião e diz que não processará líder de mercenários

O acordo foi feito com intermediação do governo de Belarus, grande aliado de Putin

Da redação, com BandNews TV

O governo russo confirmou o acordo com o grupo Wagner, e disse que não vai processar o líder dos mercenários que liderou uma tentativa de golpe. Segundo comunicado enviado pelo Kremlin, Yevgeny Prigozhin deverá partir para Belarus, e a investigação russa contra ele será arquivada.

Prigozhin anunciou que concordou em encerrar a rebelião e a marcha em direção a Moscou para evitar um derramamento de sangue.

O acordo foi feito com intermediação do governo de Belarus, grande aliado de Putin.

Em comunicado, o gabinete do ditador Alexander Lukashenko disse que os mercenários iriam suspender o motim e voltar a suas bases, em troca de garantias de segurança para os combatentes. Lukashenko teria conversado diretamente com Prigogine e telefonou para Putin duas vezes.

Entenda

Um grupo paramilitar que lutava pela Rússia na Guerra da Ucrânia se rebelou contra o exército de Vladimir Putin e deu início a uma crise militar em Moscou.

Yevgeny Prigozhin, chefe do grupo de mercenários Wagner, declarou abertamente que está em uma campanha para contra a defesa russa. Entenda o que é a organização paramilitar Wagner no texto abaixo.

Tudo começou após desentendimentos entre o grupo paramilitar e o exército russo. O estopim foi nesta sexta (23), quando Prigozhin disse que o ministério da defesa atacou um acampamento do grupo Wagner e que muitos de seus combatentes morreram. 

Horas antes do suposto ataque, o líder do pelotão mercenário divulgou um vídeo no qual afirmou que a invasão militar russa ao território ucraniano era baseada em mentiras.

Prigozhin e o grupo paramilitar Wagner

O grupo Wagner é uma organização privada paramilitar com ligações com o governo russo. Eles surgiram em 2014, quando ajudaram as tropas russas a anexar a região da Crimeia, que é território ucraniano. Desde então, os mercenários apoiaram o exército russo em conflitos e guerras civis, incluindo a invasão da Ucrânia, em 2022. Entre os apoios na invasão, o grupo esteve envolvido na tomada da cidade ucraniana de Bakhmut, na batalha mais longa e sangrenta do conflito. 

O líder, Yevgeny Prigozhin, de 62 anos, é um oligarca russo e ex-prisioneiro da União Soviética. Ele também é procurado pelo FBI, acusado de ajudar a fraudar as eleições presidenciais americanas de 2016, vencidas por Donald Trump. 

Ex-chef de cozinha, Prigozhin é dono de uma rede de restaurantes que presta serviços ao Kremlin. Com isso, ele diz ter "laços profundos" com o Vladimir Putin. 

Atualmente, estima-se que haja mais de 50 mil soldados do grupo Wagner e que cerca de 20 mil estejam combatendo na Ucrânia. 

Zelensky critica Rússia

O presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky se manifestou, neste sábado (24), a respeito da rebelião do grupo Wagner em território russo. 

Em uma publicação nas redes sociais, o presidente ucraniano afirmou que a “fraqueza da Rússia é óbvia” e comparou os danos causados pela presença dos paramilitares em território ucraniano com a crise atual. 

“A fraqueza da Rússia é óbvia. Fraqueza em grande escala. E quanto mais a Rússia mantiver suas tropas e mercenários em nossa terra, mais caos, dor e problemas ela terá para si mesma mais tarde”, disse em seu perfil no Twitter. 

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