O regime de Vladimir Putin afirmou nesta quinta-feira (03/10) que tomou a cidade ucraniana de Vugledar, uma posição estratégica que pode abrir caminho para mais avanços do Exército russo no sul da região do Donbass.
"Como resultado das ações resolutas das unidades do agrupamento militar Vostok (leste), foi liberta a cidade de Vugledar da República Popular de Donetsk", anunciou o comando militar russo em comunicado publicado no Telegram, fazendo referência ao estado-fantoche proclamado pelo Kremlin no leste da Ucrânia.
As autoridades da autoproclamada República Popular de Donetsk haviam informado no dia anterior que as forças russas estavam expulsando os últimos defensores ucranianos da cidade, que Moscou tentava conquistar desde março de 2022.
A conquista de Vugledar é a maior vitória militar do Kremlin desde a tomada, em fevereiro deste ano, de Avdivka, a principal cidade controlada pelos ucranianos nos arredores da capital de Donetsk.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, confirmou a retirada de tropas da região e classificou a decisão como "absolutamente correta" ao se reunir com o novo secretário-geral da Otan, Mark Rutte, em Kiev.
"Nosso povo é muito mais importante do que qualquer edifício", disse nesta quinta-feira.
Ao mesmo tempo, Zelenski associou a perda de Vugledar à impossibilidade de atingir alvos em território russo com mísseis de longo alcance na ausência de aval do Ocidente.
No entanto, oficiais militares ucranianos disseram à televisão que o motivo da queda dessa cidade de Donetsk foi a falta de homens para manter as posições diante do feroz avanço russo.
Vugledar, que tinha uma população de mais de 14.000 habitantes antes da guerra, era um dos principais alvos da nova ofensiva russa que começou no Donbass em outubro de 2023.
De acordo com a imprensa dos Estados Unidos, as tropas russas estão tomando território em uma velocidade nunca vista no Donbas desde o início da ofensiva militar.
Nas próximas semanas, é possível que a Ucrânia também perca o controle de Pokrovsk, um dos principais alvos da atual ofensiva russa, que também inclui Toretsk. No entanto, o Exército russo ainda não conseguiu expulsar as tropas ucranianas que entraram na região de Kursk em 6 de agosto.
Jps (EFE, ots)