Rússia ataca missões diplomáticas e Ucrânia intensifica ataques

Mísseis russos atingiram prédio em Kiev com representações diplomáticas de seis países, entre eles Argentina e Portugal; Ministério da Defesa ucraniano afirmou que foi o dia com maior número de soldados russos mortos.

Por Deutsche Welle

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A guerra na Ucrânia teve nesta sexta-feira (20/12) um dia de fortes ataques aéreos de ambos os lados. Mísseis russos atingiram Kiev ao amanhecer, matando pelo menos uma pessoa e danificando embaixadas e uma universidade no centro da capital ucraniana.

Autoridades russas disseram que o ataque a Kiev, com oito mísseis balísticos, foi uma retaliação a um ataque com mísseis americanos e britânicos contra uma fábrica de produtos químicos na Rússia no início da semana.

"Esses são ataques bárbaros a instituições diplomáticas, isso está ultrapassando todas as linhas vermelhas possíveis e regras internacionais", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, Georgiy Tykhy, segundo a agência russa Interfax.

A Universidade Nacional de Linguística de Kiev publicou em sua conta no Instagram uma foto do prédio principal do campus com as janelas estouradas e cacos de vidro cobrindo o chão.

A Força Aérea ucraniana disse que havia derrubado 5 dos 8 mísseis que a Rússia lançou contra a capital, e que os destroços acabaram causando explosões e estrago. Além de uma morte, o ataque deixou 13 feridos, a maioria por estilhaços, segundo as autoridades de Kiev.

Poucas horas depois do ataque russo, foi a vez de os ucranianos lançarem mísseis balísticos ATACMS, de fabricação americana, contra a cidade de Rilsk, em Kursk, região no sul do país invadida por Kiev em agosto, matando ao menos seis pessoas.

O Ministério da Defesa da Ucrânia disse que a Rússia teve nesta sexta a maior baixa desde o início da invasão à Ucrânia. Segundo o governo, 2,2 mil soldados russos morreram nas últimas 24 horas, o maior número diário de perdas.

Comissão Europeia e Portugal condenam ataques

Seis missões diplomáticas situadas no mesmo prédio foram danificadas pelos ataques russos desta manhã, afirmaram diplomatas ucranianos. Foram elas: Portugal, Albânia, Argentina, Autoridade Palestina, Macedônia do Norte e Montenegro.

Após o ataque, o governo de Portugal informou que houve danos materiais relativamente leves às instalações diplomáticas e não houve feridos.

"Outro ataque russo hediondo contra Kiev", publicou a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na rede social X. "O desrespeito de [Vladimir] Putin pelo direito internacional atinge novos patamares", afirmou.

O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, condenou o ataque e afirmou, no X, que Portugal "exige o estrito respeito pelo direito internacional".

"Diante de mais um horrível ataque da Rússia sobre Kiev, agora com um impacto intolerável sobre instalações diplomáticas portuguesas, agradeço a solidariedade europeia da Presidente da Comissão [Ursula von der Leyen] e da Alta Representante [Kaja Kallas]", afirmou.

O governo português chamou a representação diplomática russa para apresentar um protesto formal a Moscou. Na ausência do embaixador russo em Lisboa, o encarregado de negócios da Federação Russa foi convocado, informou o governo português.

"Por enquanto, essa é a posição que a República Portuguesa deve tomar com a Federação Russa. Outras medidas serão tomadas em outro nível, um pouco mais tarde", acrescentou Montenegro.

sf/ra (Lusa, AFP, ots)

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