Mais de uma década após terem se tornado países-membros da União Europeia (UE), a Romênia e a Bulgária juntaram-se neste domingo (31) – pelo menos parcialmente – ao Espaço Schengen, que permite viagens sem controle de fronteira e vistos entre as nações participantes.
Os viajantes agora podem se deslocar entre os dois países do Leste Europeu e a maioria da UE sem a necessidade de passar pelo controle de vistos e passaportes ao viajar por via marítima ou aérea.
Com a adesão, agora 25 dos 27 países da UE pertencem ao Espaço Schengen – Cyprus e Irlanda são as exceções. Quatro países que não são membros da UE também integram o espaço: Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein.
Devido a um veto da Áustria, as rotas terrestres com a Romênia e a Bulgária não foram incluídas em função do receio de que isso permitiria que migrantes de fora da UE entrassem mais facilmente de forma clandestina em outros Estados do bloco.
"Este é um grande sucesso para ambos os países", disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no sábado. "E um momento histórico para o Espaço Schengen – a maior área de livre circulação do mundo. Juntos, estamos construindo uma Europa mais forte e mais unida para todos os nossos cidadãos."
Pressão para inclusão total
Os dois países esperam se tornar membros plenos do Espaço Schengen até o final do ano. A Croácia, que se juntou ao bloco depois da Romênia e da Bulgária, foi aceita plenamente no espaço em janeiro do ano passado.
O ministro do Interior da Romênia, Catalin Predoiu, disse ao site de notícias romeno News.ro no domingo: "Nossos esforços para também aderir ao [Schengen] com fronteiras terrestres continuam em vários canais diplomáticos."
Os motoristas de caminhão têm pressionado seus governos para garantir a isenção de visto nas fronteiras terrestres com seus vizinhos europeus, para evitar as longas filas que enfrentam atualmente. O principal sindicato de transporte rodoviário da Romênia, UNTRR, disse que a espera média na fronteira húngara é de 16 horas.
"Os transportadores romenos perdem bilhões de euros todos os anos, apenas por causa do longo tempo de espera nas fronteiras", disse o secretário-geral do sindicato, Radu Dinescu.
As empresas búlgaras também expressaram sua consternação. Vasil Velev, da Associação de Capital Industrial Búlgaro (BICA), destacou que "apenas 3% das mercadorias búlgaras são transportadas por via aérea e marítima, e os 97% restantes por via terrestre".
(AFP)