A defesa do ex-deputado federal Roberto Jefferson afirmou neste sábado (14) que entrou com recurso solicitando a prisão domiciliar. O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federak), deve julgar o pedido.

O presidente do PTB foi preso na sexta-feira por suspeita de fazer parte de uma organização criminosa digital que ataca as instituições democráticas.

Os advogados de Roberto Jefferson informaram ainda que vão pedir impeachment de Moraes através de denúncia na (OEA) Organização dos Estados Interamericanos. 

A prisão preventiva do ex-deputado foi mantida durante audiência de custódia realizada neste sábado (14). O político cumpre isolamento social de 14 dias devido a pandemia, antes de ser alocado em uma cela do presídio de Bangu 8, no Complexo de Gericinó.

Jefferson foi levado de sua casa no interior do Rio de Janeiro até a capital fluminense, onde passou pelo IML antes de ser transferido para o presídio de Bangu. A prisão preventiva foi autorizada pelo ministro do Supremo Alexandre de Moraes a pedido da Polícia Federal. Ele é relator do inquérito que investiga milícias digitais contra a democracia.

"Na decisão, o ministro diz que elementos mostram uma possível organização criminosa - da qual, em tese, o ex-deputado faz parte do núcleo político - que tem por um dos objetivos desestabilizar as instituições republicanas, principalmente o supremo e o próprio congresso."

Entre o crimes citados estão calúnia, difamação, injúria, incitação ao crime e associação criminosa. Segundo Moraes, em publicações e entrevistas, Roberto Jefferson incita o ódio contra ministros do tribunal e parlamentares.

Vídeo: Roberto Jefferson passa a primeira noite no presídio de Bangu

Jefferson também defende que as Forças Armadas sejam acionadas para conter o que ele chama de "atrito entre poderes".

Ao saber da ordem de prisão, o ex-deputado atacou Moraes pela internet e, no mesmo tom, enviou um áudio a colegas de partido. “O cachorro do supremo, o Xandão. foi assim na Venezuela. Nós estamos vendo repetido no Brasil. O buraco comigo é mais embaixo, Xandão. eu sei que você é metido a valente, né? Nossa conta é pessoal, daqui para frente é pessoal, não tem saída”, diz.

Sem citar o nome, a ex-deputada Cristiane Brasil, filha de Roberto Jefferson, cobrou uma ação do presidente Bolsonaro. O Planalto não se manifestou.

A prisão de Roberto Jefferson provocou mal-estar entre Supremo e Ministério Público. Alexandre de Moraes disse que a PGR não se posicionou sobre o pedido. Augusto Aras respondeu que enviou o parecer dentro do prazo, contra a prisão, que classificou como censura prévia à liberdade de expressão.