Sobe para 29 o número de mortos no Jacarezinho, na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro, após uma operação da Polícia Civil. A informação é de Amanda Martins e Agatha Meirelles, da rádio BandNews FM.
De acordo com a corporação, 28 criminosos e o policial Civil André Frias morreram nessa ação.
A Procuradoria-Geral da República solicitou explicações sobre as circunstâncias da operação no Jacarezinho ao governador do Estado, Cláudio Castro (PSC), e à Procuradoria-Geral de Justiça.
No ofício enviado, o titular da PGR, Augusto Aras, citou a possibilidade de responsabilização em caso de descumprimento da decisão liminar do Plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) que restringe as operações policiais em comunidades durante a pandemia.
O prazo para envio das informações é de cinco dias úteis. Depois disso, Aras vai avaliar as eventuais medidas a serem tomadas.
Na sexta-feira (7), o ministro do STF, Edson Fachin já tinha solicitado à PGR uma investigação sobre a ação. Fachin concluiu que há indícios de execução ao analisar fotos e vídeos enviados pelo Núcleo de Assessoria Jurídica Universitária Popular Luiza.
Segundo a Polícia Civil, a operação era excepcional e foi comunicada ao Ministério Público. O secretário de Polícia Civil, Allan Turnowski, afirma que a investigação durou mais de 10 meses, e os mandados de prisão foram expedidos dois dias antes.
Parentes dos homens mortos afirmam que eles foram torturados e executados pelos agentes.
Três dos 27 moradores da comunidade que foram mortos já tinham sido denunciados pelo Ministério Público, acusados de envolvimento com o tráfico de drogas da região. São eles: Isaac Pinheiro de Oliveira, Romulo Oliveira Lucio e Richard Gabriel da Silva Ferreira.
A operação ganhou repercussão internacional. A Organização das Nações Unidas disse que há histórico de uso desproporcional da força e que é preciso uma investigação independente para as mortes.
A operação é considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro.