Ícone da música, Rita Lee morreu na segunda-feira (8) aos 75 anos. A causa da morte não foi divulgada, mas a cantora foi diagnosticada com câncer de pulmão em 2021 e vinha fazendo tratamentos contra a doença. A artista parou de fumar após o diagnóstico, mas atribuiu o câncer ao hábito que manteve por décadas. 

A cantora começou fumar cigarros aos 22 anos. Em entrevista ao jornal “O Globo”, contou que sentia que deveria parar com o tabagismo, mas o isolamento por conta da pandemia de covid-19 fez com que ela fumasse ainda mais.

Com a pandemia, aquele baixo-astral no mundo, não tem como não ser afetado: passei a fumar o triplo de antes, contou em entrevista de 2021, após o diagnóstico. 

Ela definiu o câncer de pulmão como um “pedágio da vida”. Veja abaixo o trecho completo em que Rita Lee fala sobre o hábito de fumar.

Após a descoberta, a artista passou por quimioterapia e radioterapia para tratar a doença. Pouco menos de um ano após o diagnóstico, Beto Lee, um dos filhos da cantora, anunciou a remissão do tumor. 

Remissão indica que não há sinais detectáveis da doença, mas não é o mesmo que cura. Em fevereiro deste ano, Rita Lee foi internada por alguns dias no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, para a realização de exames.

"Como qualquer pessoa que passou ou passa por esses tratamentos, internações para exames e avaliações podem ser necessárias", apontou o marido da artista, Roberto de Carvalho, na ocasião. 

O câncer de pulmão costuma ser detectado em estágio avançado em mais de 85%, segundo dados Instituto Nacional do Câncer (Inca). Fumar é um dos fatores de risco para a doença.

 No Brasil, é a forma de câncer que mais causa mortes entre homens e a segunda em mortalidade entre mulheres. Saiba os sintomas do câncer de pulmão abaixo.

A morte de Rita Lee foi em sua casa, cercada pela família, segundo publicação nas redes sociais da cantora. O velório será aberto ao público e acontece nesta quarta-feira (10), a partir das 10h, no Planetário do Parque do Ibirapuera, em São Paulo.

Rita Lee sobre ser fumante

"Sabia que iria acontecer algo. Quantas vezes não disse que teria de pagar algum pedágio da vida? Era um sopro atrás do outro: ‘Pare de fumar. Você fuma desde os 22 anos, pare agora’. Era como uma luz que acendia no fundo da mente. Fora as coisas que me eram esfregadas na cara. Ia ler jornal, e estava lá uma personalidade dizendo que havia parado de fumar. Estava na estrada, parava atrás de um caminhão e estava escrito: ‘Pare de fumar’. Com a pandemia, aquele baixo-astral no mundo, não tem como não ser afetado: passei a fumar o triplo de antes. Tenho essa coisa de católico, de culpa, e continuei a me desrespeitar. E quando o médico falou: ‘Você está com câncer no pulmão’, fechei os olhos e pensei: ‘Danadinhos, sarcásticos’. Os ‘seres de luz’ têm humor! Olha que humor muito louco. Era como se pudesse ouvi-los me falando: ‘Cara, a gente te avisou. Agora, vai parar de fumar na marra’. Eu, no fim, até agradeci. Não é fácil, mas consegui parar de fumar, finalmente.”

Sintomas do câncer de pulmão

• Tosse persistente;
• Secreção com sangue;
• Dor no peito;
• Rouquidão;
• Piora da falta de ar;
• Perda de peso e de apetite;
• Pneumonia recorrente ou bronquite;
• Cansaço e fraqueza.