O Brasil pode ter problemas sérios no fornecimento de energia a partir de novembro. O alerta é do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
O órgão responsável por coordenar a geração de energia no país fez várias simulações. E, em novembro, no pior cenário projetado, as reservas de energia podem simplesmente se esgotar. No momento, o País enfrenta a pior crise hídrica dos últimos 91 anos.
Além da falta de chuvas, o consumo de energia elétrica tem aumentado no país, impulsionado pela recuperação econômica. E o uso nos horários de pico tem subido.
“Nós temos uma economia que tem se recuperado melhor do que se esperava. Isso quer dizer que indústria, comércio, serviço estão usando mais energia. E, com base nisso, a disponibilidade vai ficando pior”, atestou Andrew Storfer, especialista no setor elétrico.
E o consumidor tem sentido os impactos no bolso. A conta de luz neste mês já está, em média, 5,5% mais cara em relação a junho, por causa do último reajuste da bandeira vermelha.
“Esses preços de energia têm uma tendência de continuar mais altos. A gente não imagina que rapidamente essa situação vá melhorar”, diz Storfer.
O alerta do ONS descarta a possibilidade de apagão e sugere medidas para que a distribuição seja mantida normalmente, como a ampliação do uso das usinas termelétricas e a compra de energia de países vizinhos. Mas, para o especialista, problemas pontuais não estão descartados depois de novembro.
“Estamos falando de um risco de apagão, do risco de uma falta de abastecimento pontual em algumas horas, em alguns dias, em alguns momentos no mês de dezembro”, alertou.