A Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao ministro Ricardo Salles, ao Ministério do Meio Ambiente e ao Ibama na manhã desta quarta-feira (19). As informações são do Bora Brasil e BandNews FM, com os repórteres Nathalia Pase e Rafael Procópio.
O ministro está na Superintendência da Polícia Federal prestando esclarecimentos. Os agentes já estão em posse do aparelho celular pessoal de Salles.
Em entrevista, o ministro do Meio Ambiente se disse surpreso e afirmou que a operação é "exagerada e desnecessária" e disse que a decisão do STF foi instruída “de forma que levou o ministro relator ao erro”.
A Operação Akuanduba investiga possíveis exportações ilegais de madeira para os Estados Unidos e Europa. A PF apura crimes como corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e facilitação de contrabando. São 160 policiais federais cumprindo 35 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, no Pará e em São Paulo.
A decisão foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que também permitiu a quebra do sigilo bancário e fiscal de Ricardo Salles e determinou o afastamento preventivo de 10 agentes públicos que trabalham no Ibama e no Ministério do Meio Ambiente - dentre os quais está Eduardo Bim, presidente do instituto. São eles:
Eduardo Fortunato Bim, presidente do Ibama
Leopoldo Penteado Butkiewicz, assessor especial do Gabinete do Ministro do Meio Ambiente
Wagner Tadeu Matiota, superintendente de Apurações de Infrações Ambientais (Siam/Gab/Ibama)
Olímpio Ferreira Magalhães, diretor de Proteção Ambiental (Dipro/Ibama)
João Pessoa Riograndense Moreira Junior, diretor de Uso Sustentável da Biodiversidade e Florestas (Dbflo).
Rafael Freire de Macedo, coordenador-geral de Monitoramento do Uso da Biodiversidade e Comercio Exterior
Leslie Nelson Jardim Tavares, coordenador de Operações De Fiscalização (Cofis)
André Heleno Azevedo Silveira, coordenador de Inteligência de Fiscalização (Coinf)
Artur Vallinoto Bastos, analista ambiental do Ibama-PA
Olivaldi Alves Azevedo Borges, secretário adjunto da Secretaria de Biodiversidade do Ministério Do Meio Ambiente.
A investigação que determinou a operação começou em janeiro deste ano, após informações de autoridades estrangeiras noticiarem o possível desvio de conduta dos servidores públicos nos processos de exportação de madeira.
A Polícia Federal investiga a edição de um decreto de 2020 que permitia a exportação de produtos florestais sem a necessidade de emissão de autorização.