O deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, classificou como “absolutamente correto” o posicionamento do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL) a respeito dos atos realizados em todo o país na terça-feira (7), a favor e contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Em pronunciamento nesta quarta-feira (8), Lira defendeu conversas e mediações entre os Poderes para diminuir a crise institucional. Além disso, afastou pressões de pautas defendidas por grupos bolsonaristas, mas também rechaçou qualquer pressão pela abertura de um processo de impeachment de Bolsonaro.
“É um momento em que precisamos de entendimento, avançar nas pautas que são importantes para o país. Temos aí uma crise energética, uma dificuldade orçamentária referente a precatórios, e a crise a Covid-19. Precisamos nos unir”, pediu Barros, em entrevista à BandNews TV.
“Acho que é uma boa posição que ele adotou como presidente da Câmara dos Deputados. Ele tem toda autoridade para mediar esse conflito”, acrescentou.
Ao longo das últimas semanas, e em especial nas manifestações de 7 de setembro, os grupos de apoio ao presidente Bolsonaro vêm fazendo grandes pressões contra o Judiciário. Em especial contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), responsável por decisões contrárias a aliados de Bolsonaro.
Para Barros, porém, o presidente não passou do ponto nos discursos realizados em Brasília e São Paulo. O deputado se mostrou contrário ao que chamou de “ativismo político do Judiciário.
“O tom do discurso é diferente, mas o conteúdo foi exatamente o mesmo. Portanto, não vejo fato novo na postura do presidente em relação a esta questão do ativismo político do Judiciário”, disse o deputado, afirmando que o Poder em questão “tem avançado sobre prerrogativas exclusivas do Executivo e do Legislativo, e isso incomoda o ambiente de normalidade”.
Além disso, nas manifestações do feriado, Bolsonaro e os apoiadores voltaram a defender eleições com a impressão de votos. Barros defendeu o discurso do presidente – que, segundo ele, foi feito direcionado para apoiadores.
“Quando ele defende mais transparências nas eleições, isso estava materializado por uma comissão especial instalada para tratar do voto impresso, tudo dentro da legitima condução legislativa”, disse o deputado.
“Ele não estava falando para a nação brasileira. Ele estava falando para sua base. É diferente uma coisa de outra coisa. Quando você fala para o conjunto da sociedade, então trata-se do que está consensado. Quando você fala para sua base eleitoral, é daquilo que sensibiliza e causa engajamento”, comparou.