De eleições nos Estados Unidos, com a vitória de Donald Trump; guerras no Oriente Médio e entre a Rússia e Ucrânia: relembre os acontecimentos mais marcantes que ocorreram no cenário internacional em 2024.
Eleições nos Estados Unidos
Donald Trump foi eleito o 47º presidente dos Estados Unidos neste ano. Ele venceu o pleito com 312 delegados contra 226 de Kamala Harris. Ele irá assumir o poder pela segunda vez em 20 de janeiro de 2025.
Durante a corrida eleitoral, Joe Biden anunciou a desistência da candidatura à reeleição. Ele, que é o atual presidente do país, foi pressionado a deixar a disputa das eleições após o fracasso desempenhado no primeiro debate presidencial contra Trump. Além disso, Biden endossou o apoio à candidatura de Kamala Harris, vice-presidente norte-americana.
Em meio ao caos das eleições, Trump ainda foi vítima de um atentado enquanto discursava em um comício no estado da Pensilvânia. Ele foi baleado com um tiro de raspão na orelha e encaminhado ao hospital.
Após uma campanha de muitos comícios, acusações e frases de efeito, o candidato Republicano foi o escolhido para comandar os Estados Unidos.
Guerras de Israel, Hezbollah, Irã, Síria
A guerra no Oriente Médio ganhou mais um capítulo. O que estava, até então, concentrado na disputa entre Israel e Hamas, se expandiu para o Líbano, Irã e Síria. O último balanço divulgado pelo Ministério de Saúde de Gaza apontou a morte de mais de 45 mil civis palestinos.
Em apoio ao Hamas, o Hezbollah iniciou uma série de bombardeios contra Israel, que revidou com ataques ainda mais agressivos contra o Líbano e deixou líderes do grupo xiita mortos no país. Um dos destaques entre o conflito dos dois países foi a explosão de pagers usados por membros do Hezbollah, que deixou ao menos 12 mortos e mais de 3 mil feridos.
Em retaliação ao ataque de Israel, o Irã disparou mais de 200 mísseis balísticos e drones em direção ao território israelense, marcando uma nova etapa da escalada de conflitos no Oriente Médio.
Além disso, um conflito que parecia estar adormecido teve uma reviravolta. Em dezembro, rebeldes sírios tomaram o país e destituíram o poder do ditador Bashar Al Assad, que recebeu asilo político na Rússia.
Guerra Rússia x Ucrânia
No final de outubro, a Rússia registrou um avanço semanal de 196,1 km² em território ucraniano, representando uma das progressões mais rápidas e agressivas desde o início do conflito.
A guerra também evidenciou mudanças significativas nas táticas militares, com o uso intensivo de drones, artilharia e guerra eletrônica por ambos os lados. Drones de ataque e "kamikaze" desempenharam papéis cruciais em operações ofensivas e defensivas, alterando a dinâmica dos combates.
Apesar dos esforços da Ucrânia para conter o avanço das tropas russas, a situação permanece crítica, com desafios logísticos e a necessidade contínua de apoio internacional. No último dia 17, os moradores de um prédio de apartamentos no distrito de Ryazansky, em Moscou, foram surpreendidos por uma explosão que matou o general Igor Kirillov e seu assistente, Ilya Polikarpov.
Furacão Milton
O furacão Milton, que chegou na categoria 3 com ventos de 205 km/h, tocou o solo da Flórida em outubro, deixando ao menos 17 mortos, provocando tornados, inundações e mais de 3 milhões de pessoas sem energia elétrica no estado.
Especialistas previam que o furacão seria o pior dos últimos 100 anos no país, mas foi amenizado após chegar ao continente. O alerta das autoridades, fez com que quase 6 milhões de moradores saíssem de suas casas por causa do risco, principalmente aqueles que morassem na parte costeira.
Antes de chegar nos Estados Unidos, o furacão atingiu a categoria máxima, 5, no Golfo do México e foi perdendo a intensidade ao atravessar o país.
Enchentes na Espanha
A Espanha enfrentou uma enchente histórica em outubro, onde mais de 220 pessoas morreram, sobretudo em Valência, região mais atingida pelas chuvas. Devido aos estragos causados pelas inundações, a população se manifestou contra o governo local, acusando-o de ter sido lento na resposta à catástrofe.
Além disso, o rei Felipe VI foi atacado com lama durante protestos na província.
Caso P. Diddy
A indústria musical foi surpreendida com acusações inesperadas. O rapper e produtor americano Sean Combs, ou popularmente conhecido como P. Diddy, foi preso em setembro acusado de cometer abusos sexuais, extorsão, entre outros crimes.
As primeiras denúncias partiram de sua ex-namorada Cassie, que entrou com uma ação contra o rapper em 2023, acusando-o de cometer abusos durante o tempo em que estiveram juntos. Além dela, durante 2024, outros famosos foram envolvidos no caso, como Justin Bieber, Jay-Z e Beyoncé.
As acusações alegam que Diddy teria organizado festas, conhecidas como “freak-offs”, que continham álcool, drogas e contavam com diversas celebridades, as quais ele coagia a participar dos crimes que cometia e as chantageava por meio de gravações para que elas não o denunciassem.
G20 no Rio
No Brasil, a cúpula do G20 deste ano foi realizada no Rio de Janeiro nos dias 18 e 19 de novembro. Sob o tema "Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável", os líderes das principais economias globais, como os Estados Unidos, China e França, discutiram questões cruciais, como a transição energética, a reforma do Conselho de Segurança da ONU e a tributação de grandes fortunas.
Durante a cúpula, foi lançada a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, uma iniciativa liderada pelo Brasil que reuniu 82 países comprometidos em erradicar a fome e reduzir a pobreza mundial. O objetivo inicial da aliança, segundo o ministro, é alcançar, até 2030, 500 milhões de pessoas.
Apesar das discussões, o comunicado final foi criticado por sua falta de especificidade em temas como conflitos internacionais e mudanças climáticas, refletindo as divergências entre os países membros e a complexidade das negociações multilaterais.
Eleições na Venezuela
As eleições presidenciais na Venezuela ocorreram em 28 de julho de 2024, visando eleger um presidente para um mandato de seis anos a partir de 10 de janeiro de 2025. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou Nicolás Maduro como vencedor com 51% dos votos.
Contudo, a oposição, liderada por Edmundo González, contestou os resultados, alegando fraude eleitoral e falta de transparência na divulgação das atas de votação. O Centro Carter, que observou o pleito, afirmou que as eleições não podem ser consideradas democráticas.
A comunidade internacional manifestou preocupação com a legitimidade do processo eleitoral. Os Estados Unidos, por exemplo, reconheceram González como vencedor, enquanto o Brasil declarou que não reconheceria o presidente eleito sem a apresentação das atas eleitorais.
Em meio a protestos e tensões internas, o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela ratificou a reeleição de Maduro, rejeitando as alegações de fraude. A situação política no país permanece instável, com a oposição planejando novas manifestações e a comunidade internacional dividida quanto ao reconhecimento do verdadeiro vencedor das eleições.
Apagão Cibernético
Em 19 de julho de 2024, um apagão cibernético afetou sistemas de computador em diversos setores, incluindo aeroportos, bancos e serviços de saúde pelo mundo.
A causa foi uma atualização defeituosa do software de segurança da CrowdStrike para sistema Microsoft Windows, resultando em falhas generalizadas. Em comunicado, a empresa de Bill Gates afirmou que a pane global afetou 8,5 milhões de dispositivos.
A CrowdStrike possui um software chamado Falcon, que protege dados confidenciais, e-mails e departamentos de Tecnologia de Informação. Quando uma ameaça ou um vírus ataca, é o Falcon que intervém. Sistemas como este estão sempre em atualização.
O apagão cibernético aconteceu quando a CrowdSrike enviou uma atualização do Falcon para a Microsoft. No momento da atualização, houve um mau funcionamento e o sistema Windows travou por completo, mostrando a chamada "tela azul da morte".
*Sob supervisão de Andrey Mattos