Retrospectiva 2022: guerra na Ucrânia e morte de Elizabeth II marcaram ano

Charles III assume a coroa do Reino Unido, crise no Peru e onda de calor na Europa estão entre os destaques internacionais

Por Karina Crisanto

Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e rainha Elizabeth II
Reprodução/ZelenskyyUa/The Royal Family

O ano de 2022 foi marcado por conflitos, atentados e morte marcante no cenário internacional. O principal destaque deste ano foi a invasão da Rússia na Ucrânia, em 24 de fevereiro, estima-se que mais de 240 mil pessoas tenham morrido, entre civis e militares - ucranianos e russos. 

Com o conflito, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky ganhou destaque e prestígio internacional. Ele participou da reunião do G20, foi eleito a personalidade do ano pelas revistas Time e Financial Time, além do povo ucraniano ter ganhado o prêmio Sakharov entregue pelo Parlamento Europeu. 

O ano também foi marcado pela morte da rainha Elizabeth II, em 7 de setembro, que foi a monarca com o reinado mais longevo. Na linha de sucessão, seu filho, Charles III, assumiu a coroa britânica. 

Guerra na Ucrânia

A escalada de tensão entre Rússia e Ucrânia, iniciada em 2014 com a anexação da Crimeia ao território russo, foi intensificada no começo de 2022, com a tentativa dos ucranianos de ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O país do leste europeu é considerado um “escudo” para Moscou. 

O presidente da Rússia Vladimir Putin assinou um documento, em 21 de fevereiro, reconhecendo a independência das repúblicas separatistas de Luhansky e Donestsk, no leste ucraniano. Já em 22 do mesmo mês, Estados Unidos, União Europeia e o Reino Unido anunciaram as primeiras sanções contra a Rússia. O pacote inclui restrições que atingem bancos russos. 

Foi em 24 de fevereiro, uma quinta-feira, que o mundo acordou com cenas de explosões e sirenes ligadas: a Rússia havia invadido a Ucrânia. Naquela época, o presidente russo, Vladimir Putin, chamou de “operação militar especial” e declarou que o objetivo da missão especial é desmilitarizar a Ucrânia, mas não ocupá-la. 

A Rússia passou a atacar a infraestrutura da Ucrânia no começo de março, por exemplo, a Usina Nuclear de Zaporizhzhya, a maior da Europa, foi atacada pelo Kremlin, resultando em incêndio. O fogo atingiu o terceiro, quarto e quinto andar de um prédio, que fica ao lado do complexo de reatores. As chamas foram apagadas no dia 3 de março, não houve vazamento de material radioativo e nenhum dos reatores foi atingido.  

Em abril, foi descoberto um massacre na cidade de Butcha, cidade vizinha de Kiev. Mais de 400 corpos foram encontrados pelas ruas. O presidente Zelensky acusou a Rússia de genocídio e crime de guerra. 

Em setembro, uma investigação independente da Organização das Nações Unidas concluiu que houve crimes de guerra na Ucrânia. O grupo da organização internacional encontrou supostas violações em quatro regiões: Kiev, Chernihiv, Kharkiv e Sumy. 

A Rússia anexou - sem o consentimento do governo da Ucrânia - as regiões de Zaporizhzhya, Kherson, Donetsk e Luhansk. Ao lado da Crimeia, anexada em 2014, equivale a cerca de 15% do território ucraniano.  

Com o conflito acirrado, o presidente russo Vladimir Putin anunciou que vai instaurar a lei Marcial nas quatro regiões anexadas, que é uma medida temporária que ocorre quando há uma crise. Com isso, os militares passam a administrar esses territórios, podendo restringir a liberdade das pessoas. 

Bombardeios com bombas, mísseis e drones, a estimativa é de que mais de 240 mil pessoas - entre civis e militares russos e ucranianos - tenham perdido a vida durante esse período de confrontos. 

Morte da rainha Elizabeth II

Em 8 de setembro, o Palácio de Buckingham confirmou a morte da rainha Elizabeth II. A monarca passou seus últimos dias de vida no Palácio de Balmoral, na Escócia. Segundo as redes oficiais da família real, a rainha morreu “pacificamente”. 

A princesa Elizabeth ascendeu ao trono aos 25 anos, no dia 6 de fevereiro de 1952, data em que pai, o rei George VI, faleceu. Imediatamente, ela virou a rainha Elizabeth II e assumiu todas as responsabilidades do título.

O velório do monarca foi realizado por oito dias, com cortejos na Escócia e visitação ao público em Westminster Hall, em Londres. Milhares de pessoas foram se despedir de Elizabeth, uma das presenças no funeral foi o ídolo do futebol inglês David Backham, que passou 12 horas na fila para se despedir da rainha. 

O sepultamento de Elizabeth II aconteceu em 19 de setembro, após longos cortejos  e missas na capital da Inglaterra. Já o sepultamento, foi realizado no Castelo de Windsor, ao lado do marido, príncipe Philip, e do pai, George VI. 

No final de setembro, o governo da Escócia publicou a certidão de óbito da rainha Elizabeth II. Segundo os órgãos responsáveis pelos registros de nascimentos e mortes do país, a monarca do Reino Unido morreu devido à idade avançada, 96 anos. 

Charles assume a coroa do Reino Unido

Com a morte de Elizabeth, seu filho Charles era o primeiro na linha de sucessão ao trono do Reino Unido. Proclamado rei de forma oficial em 10 de setembro, ele disse em discurso que “prometo dedicar o resto da minha vida para essa tarefa pesada que me coube". 

Por meio de anúncio oficial, a família real confirmou que a coroação de Charles III será em 6 de maio de 2023. 

Onda de calor na Europa 

A Europa enfrentou a maior onda de calor dos últimos 20 anos. Na região de Andaluzia, no sul da Espanha, os termômetros bateram os 45,7 graus. Em Portugal, por exemplo, entre os dias 7 e 13 de julho, o Ministério da Saúde local registrou 659 mortes em decorrência da onda de calor. 

Incêndios devastaram mais de 30 mil hectares em Portugal. Um piloto morreu em um acidente, após o avião em que estava cair, durante o combate às chamas. Na França, mais de 14 mil pessoas foram retiradas da região de Gironda, onde os incêndios florestais já devastaram mais de 10,5 mil hectares. 

Estima-se que no verão europeu, a onda de calor deixou mais de 15 mil mortos, segundo a Organização Mundial da Saúde. 

Crise no Peru 

Após crise política no Peru, o então presidente Pedro Castillo anunciou em 7 de dezembro a dissolução do Congresso Nacional após tentativa da oposição de destituí-lo do cargo por meio da terceira tentativa de impeachment. 

A Dina Boluarte, que era vice-presidente, informou que rejeita a decisão de Pedro Castillo de quebrar a ordem constitucional com o fechamento do Congresso. “É um golpe que agrava a crise política e institucional que a sociedade peruana terá que superar com estrito cumprimento da lei”. 

Porém, no mesmo dia, o Congresso votou a destituição do cargo de Castillo e o processo de impeachment foi aprovado por 101 votos a favor, seis contra e 10 abstenções. Após a decisão, o político foi preso pela polícia peruana. 

Com o impeachment, Dina Boluarte assumiu a presidência do Peru, ela é a primeira mulher a assumir o cargo no país. 

Atentados 

Em abril, ataques a tiros na manhã deixaram feridos em uma plataforma de metrô na região do Brooklyn, em Nova York. O Corpo de Bombeiros confirmou que 29 pessoas ficaram feridas e foram tratadas em hospitais próximos do local. Dessas, dez teriam sido baleadas, mas ninguém corre risco de morte. 

Em 24 de maio, um ataque a tiros aconteceu na Robb Elementary School, que recebe alunos de 5 a 10 anos, na cidade de Uvalde, no estado do Texas, nos Estados Unidos, que deixou 19 crianças e dois adultos mortos. Segundo informações, as crianças que foram vítimas do atirador tinham, aproximadamente, 7 a 10 anos de idade. 

Em novembro, cinco pessoas morreram e 18 ficaram feridas após tiroteio na boate gay Club Q, no Colorado, nos Estados Unidos. Segundo a polícia local, um suspeito foi preso e encaminhado a um hospital devido a ferimentos relacionados ao ataque. 

  • Veja a retrospectiva da Band na íntegra 

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