Os restos mortais que seriam do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips chegaram a Brasília em avião da Polícia Federal às 18h38 desta quinta-feira (16). Os corpos agora serão periciados.
Os restos mortais deixaram Manaus (AM) pela manhã carregados por agentes da Polícia Federal. Segundo o comitê de crises, coordenado pela PF no Amazonas, a equipe de peritos federais chegou na capital federal para a realização do exame de identificação dos remanescentes humanos encontrados na última quarta.
Após a confirmação da identificação dos corpos, eles serão entregues às famílias. Segundo um especilista ouvido pela BandNews TV, o resultado da perícia pode demorar até dias para ficar pronto.
A expectativa é de que a Polícia Federal encontre, ainda nesta quinta-feira, o barco utilizado pela dupla assassinada na Amazônia.
De acordo com o superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Anderson Fontes, eles já sabem onde embarcação está. As informações são de que foram colocados sacos de terra para afundá-la, após o motor ter sido retirado.
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Mapas mostram trajeto feito por criminosos após morte de Bruno e Dom 1/4
No Brasil, diversos políticos se manifestaram após a morte do jornalista e indigenista ser confirmada pela Band, no início da tarde desta quarta-feira (15). O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), postou em suas redes sociais que "em respeito às vitimas, à Amazônia e à liberdade de imprensa", espera que "todos os criminosos envolvidos sejam punidos com o rigor da Lei".
O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), lamentou profundamente o que aconteceu com os dois e agradeceu as forças de seguranças, decisivas nas buscas. Partidos como PSDB e PSB também se manifestaram nas redes sociais.
O caso também foi tema de declarações de pré-candidatos à Presidência da República. Jair Bolsonaro (PL), declarou em entrevista à jornalista Leda Nagle que lamenta o caso e que ficou triste, mas ressaltou que muita gente "não gostava de Dom Phillips pelo trabalho que ele fazia".
Nesta tarde, ele comentou as mortes em suas redes sociais. “Que Deus conforte o coração de todos”, disse o presidente Bolsonaro.
Já o ex-presidente Lula (PT), que estava em Uberlândia, também lamentou o caso e disse ser triste que pessoas morram por defender o meio ambiente. Simone Tebet (MDB) defendeu que a morte da dupla não pode ser tratada com indiferença.
Desaparecimento
Bruno Pereira e Dom Phillips desapareceram no dia 5 de junho, quando se preparavam para visitar uma comunidade indígena na região Vale do Javari, segundo a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Unijava).
Bruno era indigenista especializado em povos indígenas isolados e conhecedor da região, onde foi coordenador regional por cinco anos. Já Dom Phillips era veterano de cobertura internacional e morava no Brasil há mais de 15 anos.
O governo federal mobilizou a Marinha, Exército e Força Nacional, enquanto o Amazonas mobilizou as forças de segurança locais em busca do jornalista e do servidor.
Nesta quarta-feira, a Polícia Federal informou que Amarildo da Costa Oliveira, o "Pelado", confessou que teria participado da morte do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira. O pescador também deu detalhes do seu plano e indicou o local que havia enterrado os corpos.