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Relatório preliminar de acidente da Voepass fala em "gelo severo"

Centro de investigação da Aeronáutica relata existência de muito gelo em parte da rota de aeronave, mas reforça que avião e tripulação estavam tecnicamente habilitados para voar.

Por Deutsche Welle

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O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) divulgou nesta sexta-feira (06/09) relatório preliminar sobre a queda do avião da Voepass que deixou 62 mortos, em 9 de agosto, em Vinhedo (SP).

Membros do órgão, que faz parte do Comando da Aeronáutica, detalharam em entrevista coletiva como aconteceu o acidente, mas reforçaram que ainda é cedo para definir as causas da tragédia. As investigações continuam em andamento.

Informações de voz recuperadas da aeronave mostram que o co-piloto comentou que havia "bastante gelo" antes do acidente. Pilotos também viram problemas no sistem antigelo. O Cenipa não confirmou, contudo, se essa foi a causa da tragédia.

A aeronave tinha saído de Cascavel (PR) com destino ao aeroporto de Guarulhos (SP). Antes da decolagem, era prevista a presença de "gelo severo" em parte da rota.

Segundo o chefe do Cenipa, brigadeiro Marcelo Moreno, a aeronave estava apta para voar nessas condições meteorológicas, segundo os parâmetros da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), e os pilotos eram habilitados para operar o avião.

"É importante destacar que não existe um fator único para um acidente, mas diversos fatores contribuintes. No caso do PS VPB, a perda de controle da aeronave ocorreu durante o voo sob condições favoráveis à formação de gelo, mas não houve declaração de emergência ou reporte de condições meteorológicas adversas", explicou o investigador encarregado do caso, tenente-coronel Paulo Mendes Fróes.

Linhas de investigação

A equipe de investigação visualizou todos registros técnicos que atecederam o dia do acidente e constataram que a manutenção da aeronave estava em dia.

Questionado sobre a queda "em parafuso" do avião, o Cenipa reconhece que foi uma situação atípica, uma vez que as aeronaves possuem sistemas para evitar essa situação.

De acordo com o tenente-coronel Fróes, a investigação deverá seguir três principais linhas de ação:

  • fatores humanos, como questões individuais, psicossociais e organizacionais da tripulação;
  • fator material – como era a condição de aeronavegabilidade, com especial atenção aos sistemas antigelo;
  • fator operacional – desempenho técnico dos tripulantes e dos elementos relacionados ao ambiente operacional.

Segundo Fróes, a investigação do acidente é como um "quebra-cabeça de um milhão de peças", e não há data prevista para sua conclusão.

sf (OTS)

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