Relatório diz que programadores de IA enfrentam condições de trabalho injustas

O resultado é de um levantamento da Universidade de Oxford

Da redação

O resultado é de um levantamento da Universidade de Oxford
freepik

Uma nova pesquisa do Instituto de Internet da Universidade de Oxford trouxe à tona um preocupante cenário, revelando que os trabalhadores por trás da IA são frequentemente submetidos a condições de trabalho "injustas" e inadequadas.

O relatório, resultado de uma pesquisa com 752 trabalhadores em 94 países e entrevistas com gerentes de plataforma, avaliou 15 plataformas de trabalho digital, incluindo gigantes como Amazon Mechanical Turk, Scale AI e Appen. 

Os colaboradores chamados de ‘crowdsourcing’ têm a missão de complementar as informações das IAs com aprendizado coletivo, abastecendo a rede de dados e fazendo o que a tecnologia ainda não é capaz. 

O resultado foi que todas as plataformas avaliadas "ainda estavam longe de salvaguardar os padrões básicos de trabalho justo", de acordo com o relatório.

Entre as principais questões levantadas pelo relatório, destaca-se a alta incidência de "trabalho não remunerado". 

O relatório revelou que cerca de 250 trabalhadores, em cinco das plataformas mais utilizadas pelas empresas de IA, dedicaram aproximadamente 26,8% de seu tempo a esse tipo de função. Com isso em mente, o salário médio desses trabalhadores ficou em torno de apenas US$2,15 por hora.

Segundo o especialista em gestão tecnológica Carlos Busch, que já trabalhou em empresas como Oracle e Salesforce, essa é uma forma da empresa se eximir de responsabilidades. 

“Se todo o mercado começar a aceitar esse modelo, que só paga pela produtividade, o grande risco será que o empregado não vai mais ser pago pelo envolvimento, assumindo assim o risco do empregador. Ou seja, o empregador que, teoricamente, tem uma margem exatamente para suprir o risco que ele corre está repassando essa responsabilidade para outras pessoas”, afirmou.

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