Redução do preço da gasolina para refinarias passa a valer nesta quarta (15)

Queda de R$ 0,10, equivalente a 3%, depende dos postos para chegar ao consumidor; reajustes acumulam alta de 68,8% no ano

Vanessa Selicani, do Metro Jornal

Petrobras reduz gasolina pela 1ª vez em seis meses Arquivo ABr
Petrobras reduz gasolina pela 1ª vez em seis meses
Arquivo ABr

Após cinco aumentos seguidos desde junho, a Petrobras anunciou um refresco no preço da gasolina. O valor vendido nas refinarias da estatal ficará R$ 0,10 mais barato, uma redução de 3%. Desta forma, o litro do combustível passará de R$ 3,19 para R$ 3,09 a partir desta quarta-feira (15).

Resta saber como a queda será repassada para as bombas e quando isso acontecerá. A estatal explicou ontem que a redução vale para a gasolina A. Já a B, que possui mistura obrigatória com o etanol de 27% e é a revendida nos postos, a queda é um pouco menor, de R$ 0,07.

O diretor-geral do Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo) ABC, Wagner de Souza, diz acreditar que o desconto chegará ao consumidor final em até dois dias. 

“O mercado está competitivo e os revendedores desejam que haja queda para melhorar as vendas.” Ele afirma que o consumo nos postos continua abaixo do visto antes da pandemia. “Os postos estão resistindo, mas é difícil não repassar outros aumentos que estamos sofrendo, como aluguel, energia elétrica e manutenção, além da concorrência desleal de quem trabalha de forma irregular.

Desde o início do ano, os reajustes da Petrobras já somam alta de 68,8%. Mas o preço ao consumidor variou menos. De acordo com a inflação oficial medida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a gasolina subiu desde janeiro 48,50%. O preço médio da gasolina no Brasil é de R$ 6,70.

A redução anunciada ontem é motivada por movimentações internacionais e foi antecipada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, em entrevista na semana passada. A divulgação acabou gerando uma investigação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) por informações privilegiadas e fez com que a estatal emitisse comunicado negando haver previsão de corte no valor.

Mas a cotação internacional do barril de petróleo, utilizada pela Petrobras para reajustes, também antecipava que haveria mudanças. A matéria-prima, que alcançou US$ 80 no ápice, passou a ser vendida abaixo de US$ 70. O motivo da pisada no freio foram os temores trazidos pela nova variante da covid-19, a ômicron. 

Dias antes das declarações de Bolsonaro, a Ativa Investimentos também previa a tendência. “O potencial baixista é fruto da queda no preço do barril de petróleo internacional. Em geral, o mercado e diversas commodities reagiram à incerteza trazida pela nova variante ômicron com o temor de possíveis novas restrições de mobilidade e queda de demanda”, explica Guilherme Sousa, economista da Ativa Investimentos.

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