Rebeldes sírios incendiaram o túmulo do antigo ditador Hafez al-Assad, pai de Bashar al-Assad nesta quarta-feira (11/12), segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, uma ONG sediada no Reino Unido.
Imagens divulgadas pela agência de notícias AFP mostram homens em uniforme andando pelo mausoléu destruído e em chamas na cidade de Qardaha, na região alauita de Lataquia, de onde vem a família Assad, na Síria.
Segundo o Observatório, a ação ocorreu depois de líderes do Comando de Operações Militares terem se reunido com "figuras proeminentes de Qardaha", incluindo xeques tribais da minoria alauita – um ramo do islã xiita ao qual pertence a família Assad – "para obter o seu apoio e restaurar a segurança na região".
Comando de Operações Militares é o nome da coalizão de facções insurgentes que realizou a ofensiva que tomou Damasco no domingo passado e derrubou o regime de cinco décadas da família Assad.
Hafez al-Assad governou a Síria durante três décadas, entre 1970 e 2000. No poder, se notabilizou por construir um vasto aparelho de repressão e por aproximar seu país do regime fundamentalista do Irã nos anos 1980. Em 1982, Hafez ordenou que seu irmão, Rifaat al-Assad sufocasse uma revolta na cidade central de Hama. A repressão deixou entre 20 mil e 40 mil mortos.
No mausoléu destruído também estão sepultados outros membros da família Assad, como o filho primogênito Bassel, que morreu aos 32 anos num acidente de carro, em 1994, e era à época vinha sendo preparado como sucessor do pai. Após a morte de Bassel, Hafez se tornou o favorito do pai para sucedê-lo.
as (AP, AFP, Efe)