Está com Israel e Hamas o rascunho do acordo para um cessar-fogo em Gaza e libertação de reféns em troca de prisioneiros palestinos, que ambos já aceitaram em princípio. Falta a aprovação formal do governo israelense e da liderança palestina.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu conversou no domingo com o presidente Joe Biden e o presidente eleito Donald Trump, e depois convocou para conversas os ministros da extrema direita de sua coligação, que ainda resistem a libertação de prisioneiros e não querem a retirada de Gaza. O Hamas já comemora: “Nossos prisioneiros estarão libertados em breve”.
Se finalmente aprovado, o acordo prevê que 25 dos 94 reféns israelenses e de outras nacionalidades serão trocados por 1.248 prisioneiros, assim distribuídos: 48 que foram soltos numa troca anterior, em 2011, e que acabaram presos de novo; 200 condenados à prisão perpétua, que deverão ser deportados para o Catar, Egito ou Turquia, e 1.000 detidos, incluindo mulheres, crianças e feridos.
Os 25 reféns na lista de libertados são idosos, mulheres, crianças e doentes. Israel estava tentando acrescentar outros nove nomes de soldados feridos. Não foi informado quantos dos 69 restantes estarão vivos, talvez 40, e nem se os corpos de todos os mortos serão recuperáveis.
O acordo continua contendo três fases, como apresentado pelo presidente Biden em maio de 2024, só que a segunda e terceira fases não seguem imediatamente à primeira, abrindo mais tempo de cessar-fogo. O Hamas quer que o acordo seja o fim da guerra. O temor é de que libertados os reféns, Israel ataque dois batalhões palestinos poupados porque nos combates os reféns poderiam ser atingidos ou assassinados.
Enviados de Biden e de Trump estão no Catar, bem como os principais negociadores egípcios e israelenses, esperando as respostas finais do Hamas e de Israel. Um anúncio pode sair em dois dias, mas também a qualquer momento.
Prudente, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, declarou que “as negociações estão muito, muito próximas (do final), e ainda longe porque não estamos lá”.
A Guerra em Gaza chegou ao 15º mês, com a morte de cerca de 46 mil palestinos e 782 soldados israelenses. Ela foi provocada pelo massacre de 1200 israelenses pelo Hamas, em 7 de outubro de 2023, e se ampliou com a participação do Hezbollah libanês, do Irã e dos rebeldes Houthis do Iêmen.