O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse nesta segunda-feira (17) em entrevista à Rádio Bandeirantes que, sem a atuação de uma CPI no Congresso, “os meliantes ficam à vontade para cometer crimes”. A afirmação foi feita ao defender a instalação de mais uma comissão parlamentar de inquérito para apurar investigar as ações do governo federal em relação ao combate à covid-19.
“O meliante fica à vontade sem o bafo da polícia e continua cometendo crimes. A CPI era o bafo no cangote de quem estava cometendo crimes [relacionados à pandemia]. O cara pensava duas vezes. ‘Vou falar contra a vacinação de crianças’, pensava. Aí alguém falava ‘não faz isso, vai dar brecha para a CPI, que está enchendo seu saco’. ‘Vou ameaçar a Anvisa’. ‘Não faz isso, o chato do Randolfe vai falar’. E por aí vai", disse.
“Sem a CPI, os meliantes ficam à vontade para sabotar a vacina, ameaçar a Anvisa, atrasar a imunização, dizer que é o fim da pandemia. Por isso defendemos a instalação de uma nova CPI. Eu não sou obcecado por CPI, mas não quero pecar por omissão. Prefiro pecar por excesso”, completou.
O senador apresentou um requerimento no início de janeiro para a instalação de mais uma CPI. A comissão ficaria responsável por apurar fatos que ocorreram depois de novembro de 2021, após o encerramento da outra CPI da Covid na Casa.
De acordo com Randolfe, o foco seria investigar se houve omissão do governo na vacinação de crianças, além dos ataques do presidente Jair Bolsonaro à Anvisa e o apagão de dados no Ministério da Saúde após o ataque hacker. Para ser aprovado, o requerimento precisa da assinatura de pelo menos 27 senadores.
“Acho importante fazermos uma autocrítica. Erramos em encerrar a CPI em novembro (…). Mas ninguém imaginava que o presidente Jair Bolsonaro e seu governo continuariam com práticas criminosas."
“Ele está diariamente sabotando a vacinação, faz lives propagando notícias falsas. A Anvisa autorizou a vacinação de crianças em 14 de dezembro; passou um mês, o ministro Marcelo Queiroga, que parece um Pazuello de jaleco, ficou inventando história de audiência pública, como se vacina fosse assunto para leigos (…). Com a CPI, existia um mecanismo, na omissão do Ministério Público, atuando para conter crimes.”