O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apresentou um requerimento para a instalação de mais uma CPI no Senado Federal para investigar as ações do governo federal em relação ao combate à covid-19.
A nova comissão parlamentar de inquérito ficaria responsável por apurar fatos que ocorreram depois de novembro de 2021, após o encerramento da outra CPI da Covid na Casa. Parlamentares já buscam por assinaturas para a abertura - o requerimento precisa da assinatura de pelo menos 27 senadores, que corresponde a um terço da casa, que está em recesso até fevereiro.
De acordo com Randolfe, o foco seria investigar se houve omissão do governo na vacinação de crianças, além dos ataques do presidente Jair Bolsonaro à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o apagão de dados no Ministério da Saúde após o ataque hacker.
Nas redes sociais, o senador disse que “instalar uma nova CPI da Covid é retomar investigações e pressões que foram fundamentais para a vacinação do povo brasileiro” e que ela “não impedirá de cobrar os resultados da primeira CPI, que apesar de ter tido vários resultados efetivos, sofre com a inércia da PGR [Procuradoria-Geral da República]”.
“Não iremos assistir de braços cruzados a continuação da tragédia brasileira! Se a PGR não cumpre seu papel, o Senado vai cumprir. Não iremos ficar calados diante do aumento de casos de Covid-19, da disseminação da ômicron e a sabotagem da vacinação das crianças”, publicou.
Defensor do governo na última comissão, o senador Eduardo Girão (Podemos), criticou a ação da oposição e disse que seria “um espetáculo horrendo com fins eleitorais”, acusando os estados de corrupção de verbas enviadas no combate à pandemia.
Na primeira CPI da Pandemia, que durou seis meses e acabou em outubro, o relatório final pediu o indiciamento de 80 pessoas e empresas, incluindo o presidente Jair Bolsonaro, ao qual são atribuídos nove crimes. Entre eles, estão prevaricação, charlatanismo, infração a medidas sanitárias, emprego irregular de verba pública, incitação ao crime, falsificação de documentos particulares, crimes de responsabilidade e crimes contra a humanidade.
O relatório foi entregue a diversos órgão, entre Ministérios Públicos e à Procuradoria-Geral da República.