“Israel só não ataca o Irã hoje (terça-feira), porque o secretário de Estado americano, Antony Blinken, está se encontrando com o governo e o presidente israelenses”, disse o jornalista Barak Ravid ao responder a uma pergunta da CNN em Tel Aviv.
Uma nova pergunta foi feita a Ravid, um muito bem informado repórter israelense: “E se Blinken, saindo de Israel, ainda estiver no Oriente Médio, isso impediria um ataque ao Irã? ” Ele respondeu: “Não”.
É a 11ª visita de Blinken ao Oriente Médio desde o massacre do Hamas em 7 de outubro. Ele veio em busca de um cessar-fogo em Gaza e no Líbano, depois dos assassinatos de Yahya Sinwar e de Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah. Foi precedido pelos disparos de mísseis e drones do sul do Líbano – e se fosse embora durante ou em seguida ao prometido ataque israelense ao Irã, os EUA seriam considerados, no mínimo, coniventes. Ele vai nesta quarta-feira a Arábia Saudita, depois ao Egito, antes de voltar para Washington no dia 25.
A visita de Blinken não surtiu resultados visíveis. Foi descrita como um exercício de relações públicas voltado para os eleitores americanos que, em duas semanas, deverão escolher entre a vice-presidente Kamala Harris e o ex-presidente Donald Trump. Os votos das minorias árabe e judaica contam muito para ambos os candidatos.
A candidata Kamala Harris herdou a política do presidente Joe Biden para o Oriente Médio. Está dividida entre prometer a segurança de Israel e a deplorar a morte de mais de 41 mil palestinos em Gaza. Já Trump diz aos eleitores que, estivesse no poder, das duas uma: ou o massacre de 7 de outubro não teria acontecido, ou um cessar-fogo já estaria em vigor, com os reféns libertados. Ele também disse que, presidente, a Ucrânia não teria sido invadida pela Rússia. Trump escreveu em rede social:
“Se Kamala conseguir mais quatro anos, o Oriente Médio passará as próximas quatro décadas em chamas, e seus filhos irão para a guerra, talvez até mesmo uma Terceira Guerra Mundial, algo que nunca acontecerá com o presidente Donald J. Trump no comando. Para o bem do nosso país e de seus filhos, votem em Trump pela PAZ! ”
Uma pesquisa da Associated Press, divulgada nesta terça-feira, concluiu: apenas cerca de dois terços dos eleitores democratas dizem que Harris seria a melhor candidata para lidar com a situação no Oriente Médio. Entre os republicanos, cerca de 8 em cada 10 dizem que Trump seria melhor.
Depois de se encontrar com o secretário Blinken por duas horas e meia, Netanyahu convocou alguns ministros de seu governo para uma reunião sobre a retaliação de Israel ao Irã. E Blinken, resumindo seus encontros com o ministro da Defesa, o presidente e o primeiro-ministro, declarou:
“A morte do líder do Hamas, Yahya Sinwar, na semana passada, criou uma importante oportunidade para trazer os reféns de volta para casa, para encerrar a guerra e para garantir a segurança de Israel. E é exatamente nisso que nossas conversas de hoje se concentraram com nossos colegas israelenses - incluindo acordos para o período após o fim do conflito. ”