Rabinovici: Fim do gabinete de guerra e pausa de combates; nada de novo no front

Por Moises Rabinovici

Netanyahu enfrenta pressão internacional para aceitar cessar-fogo dos EUA
Reuters

As duas novidades em Israel que estão repercutindo no mundo nesta segunda-feira, o desmantelamento do “gabinete de guerra” e a pausa de combates num corredor humanitário no sul de Gaza, estão sendo supervalorizadas, porque não alteram a realidade atual.

O “gabinete de guerra” existiu para acomodar dois ex-generais, Benny Gantz e Gadi Eisenkot, do partido centrista União Nacional, à coligação de direita do primeiro-ministro Netanyahu, formando um governo de emergência nacional. Quando os dois saíram, na semana passada, o ministro da Segurança Nacional e extrema-direita Itamar Ben-Gvir quis uma das vagas. Problema: ele é contra negociações com o Hamas, mesmo indiretas, e já propôs, inclusive, a criação de colônias em Gaza, depois da guerra.

Netanyahu acabou com o “gabinete de guerra” e voltou às consultas com alguns ministros antes das reuniões plenas, com todos presentes. Para as últimas decisões, ele convocou o ministro da Defesa e alguns assessores próximos. Uma fonte do gabinete do primeiro-ministro confirmou: “A tendência é que as reuniões reduzidas continuem, mas sem esse nome. E devem ocorrer até com mais frequência”.

Ben-Gvir postou na plataforma X: "Já é hora de tomar decisões corajosas, alcançar a verdadeira dissuasão e trazer a verdadeira segurança para os residentes do sul, do norte e de todo o Israel". Com ele presente, as discussões tenderiam a não ter fim, quando a maioria delas requer urgência. O fim do “gabinete de guerra”, interpretado fora de Israel como um passo para o fim da guerra, foi uma decisão interna, visando à melhor funcionalidade do governo.

A “pausa tática” nos combates ao sul de Gaza produziu alguma confusão, tendo nascida do nada, no domingo. O próprio primeiro-ministro Netanyahu reclamou que foi pego de surpresa, sem ter sido comunicado. Logo foi divulgado um esclarecimento, em hebraico, para consumo doméstico. Oficiais militares explicaram que as pausas diárias tinham por objetivo apenas facilitar o aumento da distribuição de ajuda humanitária em Gaza, nos locais em que organizações internacionais emitiram alertas sobre a fome. E acrescentaram: os combates continuam.

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