Rabinovic: Drogas no debate Trump X Biden?

Por Moises Rabinovici

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Reuters

Rumores de que aparecerão energizados por drogas para o debate histórico desta quinta-feira perseguem os dois adversários – o presidente Joe Biden e o ex-presidente Donald Trump.

A droga de Biden, 81, seria o refrigerante Mountain Dew, brincam opositores. Mas não só: “O presidente vai estar conectado até os dentes”, apostam os deputados Mariannette Miller-Meeks, de Iowa, e Eric Burlison, do Missouri. Ele tentará repetir o desempenho que apresentou no discurso do Estado da União, “empolgado, animado e genuinamente engraçado”.

A equipe de apoio de Trump, 78, teima em lembrar o vídeo em que Biden parece desorientado, no palco do G7, na Itália, suspeito de ter sido editado. “O presidente tem um declínio cognitivo, como todos vimos”, sustenta Mariannette. O momento em que Biden “congela”, perdido, teve um corte na sequência: ele tinha parado para falar com um paraquedista. O corte o deixa como se estivesse desorientado.

Os rumores sobre Trump dão nome a uma droga: Adderall, um estimulante do sistema nervoso central, não vendido no Brasil. O Departamento Médico da Casa Branca, no tempo da presidência de Trump, o prescrevia para quem atravessaria a noite escrevendo um discurso importante, ou nas viagens internacionais do Air One, para minimizar os efeitos do jet lag. Outra droga pedida era Xanax, contra ansiedade.

Os rumores não são provados. Um dos últimos deles é de que Trump parte o comprimido de Adderal e inala o seu pó. Essa seria a explicação para as frases que ele inicia e que se perdem, sem fim e sem lógica. Não se dá o nome à droga de Biden, se é que ele usa, mas os trumpistas perguntam como ele consegue se manter de pé, por uma hora, e com a mente afiada, e com energia sobrando?

A droga mais eficaz de Biden deve ser o próprio Trump, recém condenado em 34 crimes pela Justiça, em New York. E a droga mais eficaz de Trump é ele próprio: no debate com Hillary Clinton mal a deixou falar, interferindo a cada instante, e as respostas longas driblavam a pergunta. Amanhã, os microfones dos dois adversários ficarão desligados enquanto um deles responde. Biden foi treinado a não perder tempo descrevendo o que fez como presidente, partindo para questionar Trump sobre “a natureza inflacionária de suas políticas e seu apreço pela América corporativa”, segundo o Washington Post. A artilharia de Trump deverá se concentrar em “bidemonics”, apoiada por 34% dos eleitores, imigração, as guerras na Ucrânia e Gaza. A ex-secretária de Estado, Hillary Clinton, enfrentou os dois que se enfrentarão amanhã: sua opinião, publicada no New York Times: “Esta eleição é entre um criminoso condenado por vingança e um presidente que apresenta resultados para o povo americano. Aconteça o que acontecer no debate, essa é uma escolha fácil.”

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