Do fundo do rio Bracuí, em Angra dos Reis, emergiu um naufrágio de quase 200 anos que está hoje na capa do jornal Washington Post, assinado pelo correspondente Terrence McCoy. Era o navio negreiro Camargo, do americano Nathaniel Gordon, que trouxe cerca de 500 moçambicanos para as plantações de café do Rio de Janeiro, em dezembro de 1852, e depois foi queimado e afundado, para despistar quem o perseguia pelo comércio ilegal de escravos.
O traficante Gordon escapou, vestido de mulher, mas depois, preso, tornou-se o único executado nos EUA por crime de tráfico de escravos.
Mesmo depois de banido o tráfico transatlântico de escravos, mas antes do fim da escravatura, navios dos EUA faziam o contrabando de africanos para o Brasil, então mais lucrativo. “O comércio de escravos africanos 'adensa-se à nossa volta'", escreveu o Ministro dos EUA no Brasil, Henry A. Wise, numa carta de 1845 ao Secretário de Estado John C. Calhoun. "Sem a ajuda de nossos cidadãos e de nossa bandeira, ele não poderia ser levado adiante