Rabino: sob bombardeio intenso, Ucrânia quer cúpula de paz

Não há indicações do Kremlin de que o presidente Vladimir Putin pretenda acabar com a guerra com um acordo negociado

Ucrânia
Reuters

Mesmo depois de 36 horas de intensos bombardeios, a liderança ucraniana, incluindo o presidente Volodymyr Zelensky, compareceu a um fórum com militares e a imprensa, em Kiev, no qual reafirmou a estratégia de levar a Rússia à mesa de negociações em novembro.

Não há indicações do Kremlin de que o presidente Vladimir Putin pretenda acabar com a guerra com um acordo negociado. Mas Zelensky vai submeter seus planos ao presidente Joe Biden, tendo convidado a vice-presidente Kamala Harris e o ex-presidente Donald Trump para estar presentes.

No fórum em Kiev, o chefe do Estado-Maior Oleksandr Sirsky afirmou que o exército ucraniano controla 1.294 quilômetros quadrados na região de Kursk, com uma centena de assentamentos. Ele também informou que devolveu 600 soldados russos que foram capturados e que 30 mil soldados ucranianos estão na região. Zelensky lembrou que não há planos de anexar a zona ocupada. A invasão de Kursk é “defensiva”, impedindo ataques a Sumy e Kharkiv. Ele pediu que pilotos aposentados se voluntariassem para pilotar os caças americanos que recebeu há pouco tempo.  Como os pilotos ucranianos estão familiarizado com os MiG russos, ele acrescentou: “Dê-nos seus MiG”. O pedido foi dirigido ao primeiro-ministro polonês Donald Tusk.

O bombardeio russo matinal atingiu vários locais na Ucrânia. Num hotel atingido em Kryvy Rih, cidade central ucraniana, quatro pessoas foram mortas. Outras duas pessoas morreram em Zaporizhia. Em Kiev, destroços de mísseis ou de drones abatidos provocaram vários pequenos incêndios.

Um dos objetivos da invasão ucraniana da Rússia seria o de atrair tropas russas que pressionam as frentes de combates no leste da Ucrânia. Mas isso não aconteceu. Para Zelensky, “essa operação revelou certas questões políticas também. Ela começou a mostrar ao público russo que é mais importante para Putin tomar uma cidade da qual eles nunca ouviram falar em algum lugar da Ucrânia do que defender seu próprio território. Gradualmente, ela abriu muitos olhos”.

A Ucrânia prepara uma retaliação aos dois dias de intensos bombardeios russos. “Crimes contra a humanidade não podem ser cometidos impunemente”, escreveu Zelensky no Telegram. O ataque desta terça-feira foi menor que o de segunda-feira, quando 200 mísseis e drones foram disparados – no dia anterior, a Força Aérea Ucraniana informou ter derrubado cinco mísseis de cruzeiros e 60 drones.

Tópicos relacionados

Mais notícias

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.