Aquele projeto de cessar-fogo apresentado pelo presidente Joe Biden e endossado pela ONU? Esquece. 

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou no domingo, na primeira entrevista para a TV e jornais israelenses concedida desde 7 de outubro de 2023, em hebraico, que agora ele é favorável à interrupção dos combates em Gaza em troca de um acordo parcial para o retorno dos reféns.

“Acordo parcial”, acrescentou Netanyahu, não é o fim da guerra, que só terminará quando o Hamas for destruído. A fase dos intensos combates em Rafah está acabando, ele também anunciou. As tropas israelenses serão deslocadas de Gaza para a fronteira norte de Israel com o Líbano, onde o Hezbollah tem disparado mísseis e morteiros antitanque contra alvos em Israel. 

Para o ex-observador do extinto Gabinete de Guerra, general reformado Gadi Eisenkot, as informações de Netanyahu contradizem decisões tomadas.

“Havia apenas duas opções: um acordo completo implementado de uma vez só, ou um acordo abrangente de três fases”, disse Eisenkot. “Acordo parcial” não existia, e sua aparição agora causou “turbulência emocional” às famílias dos reféns. “Talvez tenha sido um lapso de linguagem...Mas isso requer um esclarecimento imediato do primeiro-ministro”.