Rabino: perigo de guerra maior paira sobre Israel

Por Moises Rabinovici

Rabino: perigo de guerra maior paira sobre Israel
Reuters/Bassam Masoud/File Photo

O perigo de uma guerra maior paira sobre Israel enquanto cresce a pressão pela renúncia ou derrubada parlamentar do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Entre ameaças externas e internas, Israel matou sete trabalhadores humanitários internacionais da World Central Kitchen, que distribuíam comida em Gaza.

"Infelizmente, no último dia (segunda-feira), houve um caso trágico em que nossas forças atingiram involuntariamente pessoas inocentes na Faixa de Gaza", explicou Netanyahu. "Isso acontece na guerra e estamos examinando completamente o caso e em contato com os governos (das vítimas mortas). Faremos tudo para que isso não aconteça novamente."

Os sete mortos, que transitavam em dois carros blindados, claramente identificados e em coordenação com Israel, eram dos EUA, Reino Unido, Polônia e Austrália, e o motorista, palestino. A World Central Kitchen distribuía milhões de refeições quentes, em cozinhas improvisadas, abastecendo-se através de embarcações que partiam de Chipre. Ela também alimentou soldados e refugiados ucranianos no começo da invasão russa há dois anos. Ontem, depois de atacada, ela divulgou um comunicado para anunciar a suspenção de suas operações em Gaza.  

O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, identificou uma das vítimas como Zomi Frankcom, cidadã australiana e gerente da World Central Kitchen. “Queremos total responsabilidade por isso, porque essa é uma tragédia que nunca deveria ter ocorrido. A verdade é que isso está além de qualquer circunstância razoável”.

Na segunda-feira, mais cedo, aviões israelenses destruíram um prédio em que se reuniam sete oficiais iranianos em Damasco, na Síria. O serviço secreto israelense estava havia tempo atrás do general de brigada Mohammad Reza Zahedi, coordenador do armamento do Hezbollah e outras milícias pró-iranianas. Ao surgir uma janela, desferiu o ataque. Há uma controvérsia sobre o alvo abatido: para Israel, o prédio era militar; mas o Irã o considera um anexo de sua embaixada, portanto diplomático e com imunidade.  

O Irã e o Hezbollah juraram vingança, e Israel está em prontidão máxima. Um drone explodiu nesta terça-feira na Jordânia, na rota para Jerusalém. Outro explodiu, na segunda-feira, numa base naval israelense em Eilat, provocando apenas danos superficiais. As frentes de combate crescem, com o Hezbollah libanês e os rebeldes Houtis iemenitas disparando desde o início da guerra em Gaza.

Uma delegação israelense partiu para o Cairo na esperança de novas negociações para libertação dos reféns. Mas com os protestos contra o governo Netanyahu, em Israel, o Hamas deverá, provavelmente, esperar. Será por pouco tempo, porque as Forças de Defesa de Israel estão preparando uma ofensiva contra o último reduto do terror em Rafah, onde estariam os líderes e os prováveis 134 reféns. Um porta-voz militar, em Tel-Aviv, disse que os civis palestinos, calculados em 1,5 milhão, serão retirados para áreas seguras, com alimentos e médicos, antes do novo ataque.

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