A autonomia parcial de que desfrutava Hong Kong, prometida pela China em 2020, foi condenada à extinção, daqui a quatro dias, a partir do dia 23, por uma legislação aprovada nesta terça-feira para dar mais poderes à repressão a opositores, com a introdução de prisão perpétua para crimes políticos, e ameaçando empresas multinacionais por delitos como interferência externa e roubos de segredos de estado.
Essa legislação de segurança nacional imposta pela China era barrada há muito tempo pela resistência em Hong Kong, que hoje se rendeu. Os opositores estão presos ou exilados. O New York Times prevê que as principais vítimas serão funcionários públicos, advogados, diplomatas, empreendedores, jornalistas e acadêmicos. É o fim da cidade que representava o centro financeiro da Ásia.
O chefe da Administração de Hong Kong, John Lee, célebre por sua repressão aos protestos de 2019, disse que as leis aprovadas permitirão “acabar, efetivamente, com as atividades de espionagem, as conspirações e armadilhas das agências de inteligência, e a infiltração e os danos das forças inimigas”.
Lembrando: Hong Kong, antiga colônia britânica, foi entregue à China, em 1997, sob proteção de uma legislação que garantia aos hong-kongueses o direito à liberdade de expressão, reunião e de imprensa. A partir de 2003, porém, a China começou a impor suas leis, prendendo opositores e reprimindo protestos.