Moises Rabinovici

Rabino: Ataques inesperados, a marca de Israel

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Reuters

Os ataques inesperados já são uma tradição israelense. No tempo em que o alvo era o enriquecimento de urânio pelo Irã, Israel sabotou as centrífugas iranianas com um supervírus, o Stuxnet, criado em colaboração com cientistas dos EUA.

Em novembro de 2020, o mais importante cientista nuclear do Irã, Mohsen Fakhrizadeh, foi morto pelos disparos de uma metralhadora acionada por controle remoto, dentro de seu carro, numa estrada iraniana. Antes, a polícia atribuía o assassinato a uma equipe do Mossad, e tentou encontrá-la em portos e aeroportos.

Pelos métodos tradicionais, quatro cientistas atômicos foram assassinados entre 2012 e 2020. Segundo um estudo acadêmico publicado pelo Journal of Strategic Studies, em 2019, Israel começou sua guerra secreta contra o Irã nuclear no começo do século. Em 1981, aviões de Israel voaram até perto de Bagdá e destruíram o reator nuclear Ozirak.

Nos anos 80 e 90, celulares de terroristas que plantavam bombas em ônibus urbanos em Israel, explodiam quando recebiam uma ligação específica. Em alguns casos, agentes israelenses embutiam explosivo no celular enviado para reparos. Em outros casos, faziam chegar à vítima um celular novo, de última geração, oferecido por um “amigo”. Um implicado no massacre das Olimpíadas de Munique morreu na explosão de seu telefone fixo.

O resgate dos 102 reféns do airbus da Air France levado para Entebbe, em Uganda, em 1976, foi outra ação incomum e ousada de Israel. O comandante Yonatan Netanyahu, irmão do primeiro-ministro, foi o único morto israelense. Três dos reféns, sete terroristas e 45 soldados ugandenses morreram. E a Guerra dos Seis Dias, em 1967, destruiu a aviação egípcia no primeiro dia.

A primeira hipótese para a explosão dos pagers do Hezbollah seria o aquecimento anormal de sua bateria alcalina ou de lítio, segundo o jornal Wall Street Journal. Mas vários portais árabes suspeitam da colocação de 10 a 20 gramas de explosivos dentro de “um componente falso”. Bastaria uma mensagem de texto alfanumérico para produzir a explosão simultânea. Para tanto, porém, uma terceira parte deveria ter acesso ao pager para alterá-lo internamente, e a maioria deles era antigo. Numa situação assim, quando não se pode explicar o que aconteceu, nem como, a conclusão é sempre a mesma: foi o Mossad.

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