“Sim, mas...” é a resposta do Hamas e de Israel ao plano de cessar-fogo e libertação de reféns que o presidente Joe Biden quer levar adiante, depois que o Conselho de Segurança da ONU o avalizou por 14 a 0, com abstenção da Rússia, na segunda-feira (10).
O “sim” traz esperanças enquanto o “mas” as nega. Cada um dos dois inimigos espera que o outro rejeite o plano, ficando com o ônus por ter rejeitado o cessar-fogo. O plano ideal para Netanyahu prevê a libertação dos 120 reféns ainda em Gaza e a liquidação militar total do Hamas. O plano do Hamas pretende a retirada das forças israelenses, “o fim da agressão sionista contra nosso povo”, a reconstrução de Gaza “e um acordo sério de troca de prisioneiros”.
Fora as observações que Hamas e Israel apresentam, e que se chocam, ambos dizem que o plano é “positivo”, mas não o aceitam formalmente. E assim a guerra chega ao seu 249º dia, e segue.
Israel embute uma ameaça adicional ao plano de Biden, e ela não vem do Hamas. Os dois ministros da ultradireita nacionalista, Ben-Gvir e Bezalel Yoel Smotrich, prometem derrubar o governo Netanyahu se ele tentar aprovar o acordo no Parlamento, ou disser “sim” sem o “mas” aos Estados Unidos.
O secretário de estado Antony Blinken quer uma resposta positiva do líder Sinwar, que “está enterrado dez andares abaixo da terra”, ao mesmo tempo em que diz “estar empenhado em derrotar o Hamas para garantir que não possa voltar a controlar Gaza”.
O impasse prossegue. Ainda não há acordo.