Tropas ucranianas abriram uma nova frente de combates dentro da Rússia, em Belgorod, na segunda semana de uma invasão surpresa que está obrigando as tropas russas a transferir reforços das regiões de Zaporizhzhia e Dnipro, aliviando o front no sul da Ucrânia.
O presidente russo Vladimir Putin declarou que é uma prioridade para a Rússia retomar Kursk, o primeiro alvo na nova estratégia ucraniana. Ao que tudo indica, as tropas ucranianas e russas se preparam para uma batalha no oeste da Rússia.
Belgorod fica ao lado de Kursk. Seu governador, Vyacheslav Gladkov, descreveu a situação como “extremamente difícil e tensa”, e proclamou estado de emergência. O principal comandante ucraniano disse ao presidente Zelensky, por videoconferência, que um grande número de soldados russos foi capturado e que suas tropas agora controlam 74 aldeias e cidades em quase mil quilômetros quadrados na região de Kursk.
Em seu discurso noturno, Zelensky falou que “centenas de soldados russos já se renderam e todos eles receberão tratamento humano – o mesmo que eles não recebem nem mesmo em seu próprio exército”. Até agora, nove dias da ocupação de Kursk, o objetivo militar da invasão não foi explicado. Há indicações de que o objetivo não seria o de manter o território capturado por um longo período, mas, sim, o de atrair reforços russos retirados de outras frentes de combate sob pressão.
O ministro do Interior da Ucrânia, Ihor Klymenko, falou em criação de uma “zona tampão” no oeste da Rússia para proteger cidades e aldeias da fronteira. Será, porém, difícil de mantê-lo à medida em que a Rússia comece a enviar tropas para a região, além de bombardeá-la com sua aviação. Para o ministério da Defesa da França, a Ucrânia “parece ter reduzido o ritmo de seu avanço inicial, mas está consolidando suas posições no território conquistado”