“Quero saber se a Justiça funciona”, diz irmão de refugiado morto no Rio

Rapaz de 24 anos que fugiu da guerra e da fome era refugiado no Brasil com passaporte diplomático

Da redação com BandNews TV

A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga o assassinato de um refugiado democrata-congolês que foi espancado até a morte por cobrar salários atrasados em quiosque onde trabalhava na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade. Moïse Kabamgabe, 24 anos, foi enterrado no último domingo sob muita comoção de familiares.

“Ele foi trabalhar. Como que o mataram? A gente quer saber se a Justiça brasileira funciona”, lamentou Franxys Amouri, irmão da vítima, aos prantos. O enterro aconteceu no cemitério de Irajá, zona norte do Rio. 

O rapaz que fugiu da guerra e da fome era refugiado no Brasil. À reportagem da Band, Placid Ikuba, representante do Consulado da República Democrática do Congo, mostrou um passaporte diplomático que Moïse Kabamgabe possía. 

“Este aqui é um passaporte vermelho, diplomático. Moïse não foi qualquer um. Ele foi um refugiado diplomático. O Itamaraty vai receber um ofício e, depois, o levaremos à Polícia Federal. Como instituição, eles têm que nos dar uma justificativa”, explicou Placid Ikuba.

A vítima trabalhava em quiosques de praias do Rio de Janeiro há três anos. Um amigo de infância informou que Moïse foi cobrar salários atrasados do patrão e que disse que estava cansado de brincadeiras com ele no serviço. No dia 24 de janeiro, o democrata-congolês foi espancado até a morte num quiosque próximo ao Posto 8, próximo à Barra da Tijuca.

Testemunhas contaram que cerca de cinco homens agrediram Moïse brutalmente até a morte. Depois, amarraram a vítima em um poste. Familiares acreditam que os criminosos não imaginavam que o refugiado não teria parentes no Rio de Janeiro, o que explicaria tanta violência.

Familiares também relatam que Moïse foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) sem nenhum familiar presente. “Eu não acredito até agora. O meu irmão fugiu da insegurança de um país. Quando chegou aqui, morreu”, desabafou Franxys Amouri.

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