Ao menos 58 pessoas, supostamente membros de uma seita cristã, morreram no Quênia porque acreditavam que iriam para o céu se passassem fome. Fotos da Reuters mostram a remoção de corpos enterrados em valas na cidade de Malindi, no condado de Kilifi, no litoral do país.
Os policiais carregavam os restos mortais das vítimas para análises dos especialistas forenses e detetives. Na mira das investigações está a Igreja Internacional das Boas Novas, cujo líder é Paul Makenzie Nthenge, acusado de incentivar o jejum extremo aos fiéis.
112 desaparecidos
A descoberta dos corpos ocorreu no último fim de semana, enterrados em covas rasas na Floresta de Shakahola. Makenzie Nthenge foi detido e aguarda uma audiência da Justiça queniana.
De acordo com a TV estatal KBC, 112 pessoas já foram dadas como desaparecidas à medida em que as investigações sobre as mortes evoluíam. Desde a última sexta-feira (21), o número de mortos saltou de para 58.
Declarações do governo
O secretário do Interior e da Administração Nacional, Kithure Kindiki, condenou o que chamou de massacre.
“O massacre na Floresta de Shakahola é o abuso mais claro do direito humano consagrado constitucionalmente à liberdade de culto. Prima facie, crimes de grande escala sob a lei queniana, bem como a lei internacional foram cometidos”, disse o político.
O presidente do país, William Ruto, defendeu a prisão dos responsáveis e que o Quênia precisa estar, continuamente, atento àqueles que querem abusar do setor religioso.
“As pessoas que se disfarçam de religiosas, mas o que fazem é contrário aos ensinamentos e às crenças da religião, enfrentarão a lei”, disparou Ruto.