Na manhã desta terça-feira (19), a Polícia Federal prendeu quatro militares e um policial suspeitos de terem planejado atentados contra o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes após as eleições de 2022. Agora, a PF investiga se os militares com formação em Forças Especiais (FE) – conhecidos como “kids pretos”.
O que são “Kids Pretos”?
Os "kids pretos" são um grupo de elite do Exército Brasileiro formado por militares das Forças Especiais, especificamente do Comando de Operações Especiais. O termo é usado de forma informal e faz referência à boina preta que caracteriza essas tropas. Esses militares são treinados para missões complexas e decisivas, sendo vistos como a elite das Forças Armadas.
Operação Tempus Veritatis
A Operação Tempus Veritatis, deflagrada em fevereiro deste ano, apurou a existência de um esquema que pretendia assassinar líderes políticos de alto escalão, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes. O plano, conhecido como "Punha Verde e Amarelo, seria executado em dezembro de 2022, após as eleições presidenciais, e teria como objetivo instaurar um governo autoritário por meio de golpe militar.
Na ocasião, foram expedidos 33 mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão.
A Tempus Veritatis descobriu mensagens trocadas entre os envolvidos, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, além de indícios de reuniões para coordenação dessas ações. Um dos elementos centrais era a execução sincronizada dos ataques, que visariam não apenas figuras políticas, mas também edifícios estratégicos em Brasília, como o STF.
A partir da Operação Tempus Veritatis foi dada a sequência para a Operação Contragolpe.
Envolvimento dos "kids pretos" na Operação Contragolpe
A maioria dos suspeitos detidos pela PF na Operação Contragolpe são do grupo denominado "kids pretos". A apuração revelou que os acusados planejaram usar armas e estratégias aprendidas em treinamentos militares para atingir seus alvos, o que levantou preocupações sobre o possível uso de instituições públicas para fins antidemocráticos.
Além de sua formação militar, alguns dos investigados participaram de cargos estratégicos durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Quem são os presos da Operação Contragolpe?
Nomes confirmados dos presos:
- General da reserva Mário Fernandes
- Tenente Coronel Hélio Lima
- Major Rodrigo Azevedo
- Major Rafael Martins
- Policial federal Wladimir Soares
Segundo apuração da reportagem da Band, os militares foram presos no Rio de Janeiro, onde participavam da missão de segurança da reunião de líderes do G20. Já o policial federal foi detido em Brasília.