Roseli Dorth, de 71 anos de idade, foi indiciada pela Polícia Federal nesta semana após uma investigação do órgão federal que a acusou de tráfico equiparado, associação para tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Juntos, Roseli e o influenciador fitness Renato Cariani integram o quadro societário da Anidrol Indústria Química desde 2008, quando o youtuber entrou para a sociedade da empresa.
Denominações na empresa
Embora se apresente nas redes sociais como gerente de vendas da Anidrol, Roseli participou da fundação da empresa - alvo da Polícia Federal - desde 1981 e, de lá para cá, atua como sócia fundadora. Formada em matemática pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC), a indiciada pela PF também é sócia de outras duas empresas que, somadas, apresentam um capital social que chega a R$ 2 milhões.
Em seu canal no YouTube, o influencer Renato Cariani já defendeu a atuação de Roseli na Anidrol: "Eu sofri busca e apreensão porque eu sou um dos sócios, então, todos os sócios sofreram busca e e apreensão. Essa empresa, uma das empresas que eu sou sócio, está sofrendo a investigação. Ela foi fundada em 1981. Então, tem mais de 40 anos de história. É uma empresa linda, onde a minha sócia, com 71 anos de idade, é a grande administradora, a grande gestora da empresa, é quem conduz a empresa".
Já no canal oficial da Anidrol no YouTube, é possível conferir um vídeo apresentação da empresa com a participação de Roseli, em que a intitulada "presidente" fala sobre a trajetória da Anidrol e cita Renato Cariani: "Estaria sendo injusta se não mencionasse a grande responsabilidade do sócio mais novo, Renato [Cariani], que com seu empreendedorismo e conhecimento técnico nos mostrou que o céu é o limite".
Investigada por suposto desvio de material utilizado para produção de cocaína e crack, a empresa Anidrol também possui uma filial em Pindamonhangaba, no Interior de São Paulo, inaugurada em julho deste ano.
Mensagens suspeitas
Em 2023, a Polícia Federal interceptou uma série de mensagens entre Renato e Roseli que demonstravam um provável conhecimento de ambos em relação a uma investigação policial. Agentes federais obtiveram conversas entre os sócios em que o influencer diz à Roseli que poderiam "trabalhar no feriado para fugir da polícia". Em outro momento, a sócia alerta Renato para trocar os rótulos dos produtos para fugir da fiscalização.
De acordo com a investigação da Polícia Federal, durante seis anos foram desviadas 12 toneladas de substâncias químicas para a produção de drogas. A corporação também sustenta que tanto Renato quanto Roseli tinham conhecimento e atuavam diretamente no esquema criminoso.