Quem é Maria do Pó, a criminosa mais procurada do Brasil

Foragida desde 2006, ela já escapou pelo menos duas vezes da prisão e é acusada de participar no sumiço de 340 kg de cocaína do IML de Campinas

Da redação, especial para band.com.br

Maria do Pó é a única mulher a figurar na Lista de Procurados Nacional Reprodução/Ministério da Justiça
Maria do Pó é a única mulher a figurar na Lista de Procurados Nacional
Reprodução/Ministério da Justiça

A traficante Sônia Aparecida Rossi, conhecida como Maria do Pó, é hoje a criminosa mais procurada do Brasil. Ela está foragida desde 2006, quando escapou da Penitenciária Feminina Sant'Ana, no Carandiru, zona norte de São Paulo, sem deixar vestígios.

Sua fuga, à época, surpreendeu autoridades --a traficante conseguiu atravessar ao menos quatro portões do presídio, todos com sentinelas, antes de chegar até a rua. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária, ela teria se misturado a detentas que estavam trabalhando na pintura de pavilhões do lado de fora do presídio.

Atualmente, Sônia é a única mulher a figurar na Lista de Procurados Nacional, divulgada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública para o enfrentamento às organizações criminosas do país.

Nascida em Americana (SP), Maria do Pó tem 61 anos e, segundo a polícia, é ligada ao PCC (Primeiro Comando da Capital). Considerada a maior traficante da região de Campinas (SP), ela teria sido responsável por abastecer favelas da capital paulista com cocaína oriunda da Bolívia.

Sumiço de 340 kg de cocaína

O nome de Sônia passou a ficar conhecido na crônica policial em janeiro de 1999, quando 340 kg de cocaína desapareceram do IML (Instituto Médico Legal) de Campinas (SP). A droga, avaliada em R$ 400 mil à época, havia sido apreendida dias antes em uma chácara em Indaiatuba (SP), onde estavam Sônia e o traficante Cláudio da Silva Santos, seu então namorado.

Na ocasião, no entanto, apenas Santos foi preso, e a mulher foi liberada logo após o flagrante. Já a droga foi levada ao IML de Campinas e estava sob responsabilidade de policiais quando sumiu. 

Sônia voltou a ser presa em fevereiro de 1999, quando foi levada para a Penitenciária Feminina do Tatuapé, na zona leste de São Paulo. Cerca de um mês depois, no entanto, ela fugiu do local.

Recaptura e perseguição com troca de tiros

A mulher foi encontrada pela polícia novamente em 2000, na rodovia Ayrton Senna, na região de Taubaté (SP). Houve perseguição e troca de tiros na recaptura da traficante, que durante a ação acabou sendo baleada na perna. Ela foi detida com oito celulares na bolsa e uma pistola semiautomática. 

A polícia chegou a declarar que Maria do Pó era mais importante do que o traficante carioca Fernandinho Beira-Mar para a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Narcotráfico, cujas investigações aconteciam à época.

Recapturada, ela chegou a ficar presa na Casa de Custódia de Taubaté, presídio masculino do Vale do Paraíba, por ser considerada uma detenta de alta periculosidade. Ela ainda passou por outras unidades até ser transferida para a Penitenciária Feminina Sant'Ana, no Carandiru, em 2005 --de onde fugiu novamente cerca de um ano depois.

Outros apelidos e nomes falsos

Além de atender pelo apelido Maria do Pó, segundo a polícia, Sônia usa as alcunhas de Sandrinha, Professora, Tata e Tia. Na Justiça, suas condenações somam mais de 54 anos de prisão.

Um mandado de prisão contra ela informa ainda uma série de nomes falsos que podem ser utilizados pela traficante. Entre eles, Sônia Rossi, Sônia Sossi, Maria Cristina Soares, Sônia Regina da Silva Goes, Sandra Regina da Silva Goes e Roseclea de Almeida Paula.

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