O general Gonçalves Dias pediu demissão do cargo de ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República nesta quarta-feira (19). Saiba mais no vídeo acima.
A demissão ocorre após divulgação de imagens de câmeras de segurança do Palácio do Planalto, que mostram o ministro na sede do Executivo no momento dos ataques de 8 de janeiro.
A atuação do GSI está sendo investigada pela Polícia Federal. O próprio gabinete também investiga se os agentes da pasta colaboraram com os invasores dos atos golpistas em Brasília,
Marco Edson Gonçalves Dias assumiu o cargo de chefe do órgão no primeiro dia de governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), substituindo o general Augusto Heleno.
Além de zelar pela segurança pessoal do presidente, o GSI assessora o mandante em assuntos militares e de segurança.
O ministro do GSI de Lula também atuou na segurança pessoal do presidente durante seus dois primeiros mandatos, entre 2003 e 2009.
Carreira de Gonçalves Dias
Nascido em 1950 em Americana, no interior de São Paulo, Marco Edson Gonçalves Dias entrou no Exército em 1969 e se formou na Academia Militar das Agulhas Negras seis anos depois.
Depois mais de trinta anos de atuação nas Forças Armadas, foi enviado para a reserva. Em 2012, Gonçalves Dias foi filmado recebendo um bolo de aniversário de militares grevistas, quando chefiava a 6ª Região Militar, localizada em Salvador (BA).
A greve de militares é proibida pela Constituição. Depois do episódio, o general foi afastado do comando da região e enviado à reserva. Após, Gonçalves Dias foi chefe da Coordenadoria de Segurança Institucional no governo Dilma Rousseff.
O general voltou a colaborar na segurança de Lula em 2022, durante campanha para Presidência da República. Ainda durante o governo de transição, foi anunciado como ministro do GSI.
GSI investiga conduta de agentes durante atos de 8 de janeiro
Nas imagens divulgadas pela reportagem da quarta-feira, Gonçalves Dias aparece perto do gabinete do presidente Lula, localizado no terceiro piso do palácio. Ele tenta abrir uma porta e depois entra no escritório presidencial.
Mais tarde, o ministro caminha no corredor com alguns invasores. As imagens sugerem que ele indica a saída de emergência ao grupo.
Em nota a respeito da divulgação das imagens, o GSI indicou que as imagens mostram a atuação dos agentes para concentrar os manifestantes no segundo andar, para aguardar o reforço da Polícia Militar do Distrito Federal e realizar a prisão do grupo.
O órgão informou que investiga a possível colaboração da pasta com os invasores e que, diante da comprovação de conduta inadequada, os autores serão responsabilizados. A pasta não cita o nome de Gonçalves Dias.