Uma figura religiosa vem ganhando destaque na internet e, especialmente, nos debates políticos nos últimos dias: Frei Gilson. O sacerdote se tornou conhecido por suas transmissões ao vivo, sempre durante a madrugada, que chegam a reunir mais de um milhão de fiéis — como a da última quarta-feira (5), data que marca o início da Quaresma para os católicos.
Gilson da Silva Pupo Azevedo, de 37 anos, nasceu em São Paulo e pertence à Ordem Carmelita Mensageiras do Espírito Santo. Ordenado padre em dezembro de 2013, ele liderou a Paróquia Nossa Senhora do Carmo, da Diocese de Santo Amaro, por nove anos.
Além de atuar no sacerdócio, também comanda o grupo musical Som do Monte e acumula 7,8 milhões de seguidores no Instagram. No YouTube, onde compartilha videoclipes da banda, pregações e as transmissões ao vivo do “Santo Rosário” às sextas-feiras, seus conteúdos somam milhares de visualizações.
O nome do frade ganhou ainda mais notoriedade após sua ligação com a produtora Brasil Paralelo — conhecida por produzir conteúdos alinhados à extrema direita — ser descoberta por militantes de esquerda. Diante das críticas dirigidas ao religioso, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) saíram em sua defesa.
Frei Gilson é um dos quatro religiosos citados pela Polícia Federal nas investigações sobre a tentativa de golpe de Estado, mas não foi indiciado pela PGR. De acordo com a PF, ele recebeu do padre José Eduardo de Oliveira e Silva, da Diocese de Osasco, na Grande São Paulo, um rascunho de uma “oração ao golpe”.
A mensagem sugeria que o nome do então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e de outros 16 generais do Alto-Comando do Exército fossem incluídos nas preces dos fiéis para que “Deus lhes conceda coragem para salvar o Brasil, os ajude a superar a covardia e os inspire a agir com consciência histórica, e não apenas como funcionários públicos de farda”.
A polêmica mais recente envolvendo o nome de Frei Gilson foi no último sábado (8), quando, durante uma live sobre o Dia Internacional da Mulher, o frade disse que a fraqueza feminina era “sempre querer mais” e que era “claro” ver que “Deus deu ao homem a liderança”.
"Essa é a fraqueza da mulher. Ela sempre querer mais. ‘Eu não me contento só em ter as qualidades de uma mulher. Eu quero mais’. E isso é a ideologia dos mundos atuais. Vou até usar a palavra que vocês já escutaram muito: empoderamento. ‘Eu quero mais’. É claro ver que Deus deu ao homem a liderança”, alegou.