O coronel Flávio Peregrino, assessor e homem de confiança do general Walter Braga Netto, preso preventivamente neste sábado (14), também foi alvo de operação da Polícia Federal (PF) neste mesmo dia. A PF realizou operação de busca e apreensão na casa dele. Ele também foi proibido de entrar em contato com outros investigados.
Relatório do inquérito mostrou que havia, na mesa da sede do PL usada por Peregrino, uma pasta com documentos de interesse da investigação. Um deles era um manuscrito com o título "operação 142", em alusão ao artigo da Constituição que passou a ser usado com interpretação distorcida por bolsonaristas para estimular a ruptura institucional.
O documento tinha anotações de "interrupção do processo de transição", "anulação das eleições", "substituição de todo TSE", "preparação de novas eleições" e "Lula não sobe a rampa". A PF acredita que esse material foi escrito entre novembro e dezembro de 2022.
"O documento demonstra que Braga Netto e seu entorno, ao contrário do explicitado no documento anterior, tinha clara intenção golpista, com o objetivo de subverter o Estado Democrático de Direito, utilizando uma interpretação anômala do art. 142 da CF (Constituição Federal), de forma a tentar legitimar o golpe de Estado", diz o relatório da Polícia.
Braga Netto é apontado pela Polícia Federal como uma figura central na tentativa de golpe. Segundo o relatório do inquérito, as chamadas "medidas coercitivas" previstas no plano Punhal Verde e Amarelo, que incluíam o planejamento operacional para ações de Forças Especiais, foram elaboradas para serem apresentadas ao general. Entre outras ações, o plano previa o assassinato de Lula e Alckmin, além da prisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ele foi preso preventivamente neste sábado (14) por obstrução de Justiça em mandado expedido pelo STF.