O ator Kayky Brito, atropelado na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro, recebeu alta na última semana. Ele esteve internado desde o dia 2 de setembro, devido aos traumas em diferentes partes do corpo. Entretanto, além do ator, outro nome que não saiu dos noticiários foi o de Diones Coelho, motorista de aplicativo que atropelou o famoso. 

Isso porque, além dele não ter tido culpa, ter prestado socorro, a polícia ter encerrado o caso, ele também falou muito sobre o acidente nas redes sociais e em entrevistas.

Polícia disse que ele não teve culpa

A polícia arquivou o processo que investigava o atropelamento do ator, pois o laudo apontava que o motorista Diones Coelho da Silva, estava em uma velocidade de 48 quilômetros por hora, ou seja, abaixo do limite permitido naquele trecho, que era de 70km/h.

Conforme o delegado do caso, Kayky atravessou a menos de 10 metros do veículo, e com isso, o motorista teve menos de um segundo para pensar e ter uma reação. 

“O motorista vinha transitando com atenção, ainda freou, fez uma manobra evasiva, mas, infelizmente, o tempo de reação foi muito curto e não foi possível evitar esse atropelamento”, disse o delegado. 

Além disso, as imagens de dentro do veículo, foram importantes na investigação, e para o delegado, elas apontavam que o motorista estava dirigindo com atenção, as duas mãos iam ao volante e ele não mexia no celular ou no rádio durante o ocorrido.

“É uma investigação muito complexa, a gente conseguiu captar imagens de dentro do veículo. A partir dessas imagens a gente conseguiu realizar uma perícia, que foi feita pelo Instituto de Criminalística, uma perícia muito bem feita, que conseguiu determinar a velocidade que esse carro estava transitando na via”, declarou o delegado do caso, Ângelo Lages, em entrevista exclusiva ao Bora Brasil. 

Vídeo mostra reações do motorista no momento do atropelamento de Kayky Brito, veja:

Motorista fez vaquinha e parou quando atingiu a quantia que precisava

Diones Silva usou as redes sociais para dizer que ficou muito abalado após o acidente. Sem conseguir dormir, passando por problemas financeiros, gastos altos com o carro batido, sem dinheiro para pagar a franquia do seguro e impossibilitado de trabalhar após ser bloqueado pela plataforma, ele se mostrou sem chão.

Durante desabafo, ele disse que muita gente estava pedindo seu pix para ajudar, então, o motorista deixou um link de uma vaquinha on-line e se surpreendeu com o valor arrecadado. A meta era 30 mil reais e, em um pouco mais de 24 horas, ele conseguiu quase R$ 180 mil, ou seja, seis vezes mais do que precisava.

No dia seguinte, ele agradeceu as doações e mensagens de apoio. Entretanto, surpreendeu ao afirmar que doaria parte do valor que recebeu na vaquinha. 

A família de Kayky chegou a agradecer ao motorista por socorrer o ator após o atropelamento. Em uma mensagem publicada nas redes sociais, os familiares do artista disseram que Diones foi um verdadeiro anjo e que a ação imediata foi fundamental para que ele tenha sobrevivido.

Diones recusou contrato alto de publicidade

Motorista disse que recebeu uma proposta para se tornar um influenciador digital, mas recusou. Em um vídeo, ele explicou que a oferta era para divulgar jogos de aposta e ganharia cerca de R$ 500 mil. “Meu coração não tá em dinheiro, não é isso que me move. Meu Deus não é o dinheiro, é o Deus que está no céu, é lá que se encontra paz”, completou.

O homem ainda rebateu algumas críticas que recebeu por usar o selo azul de verificação no Instagram, que costuma ser usado por figuras notáveis na rede social. “O motivo disso, que até me orientaram, era porque estavam criando perfis ‘fakes’ do meu Instagram e pedindo dinheiro, se aproveitando da situação. Fiz isso [verificar o perfil] para as pessoas  identificarem qual é realmente o meu perfil. O meu propósito aqui não é pedir dinheiro ou Pix, é falar do amor de Jesus e dar uma palavra a quem precisa”, declarou o motorista.

Trauma e reencontro 

Em entrevista ao programa Encontro, Diones disse que mesmo com o arquivamento do caso, ele ainda sofre com os efeitos de ter atropelado o ator. "Tirou o peso, mas o trauma eu ainda carrego. É um vídeo que eu nem gosto de ficar vendo. Porque relembra o momento, fica aquele looping, dia e noite, às vezes não consigo dormir. Tenho tido crises de ansiedade. Para mim é tudo muito novo e assustador", contou.

Ele ainda explica que tem dificuldades para voltar ao trabalho. “Eu já saí para trabalhar, mas não consigo dirigir direito. Fico com aquele trauma. Se você vê uma pessoa na calçada, você já fica com medo dela atravessar e atropelar. Aí volto para casa. E já tô procurando ajuda psicológica”, explica.

O motorista também disse que espera reencontrar Kayky e dar um abraço no ator. Além disso, o religioso explicou que ora para a plena recuperação do ator. 

Redução de velocidade na orla do Rio de Janeiro

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD-RJ), afirmou, após o acidente, que determinou que a Companhia de Engenharia de Tráfego (CETRIO) apresente uma mudança no limite de velocidade na orla. A decisão do chefe do Executivo foi tomada após o atropelamento do ator Kayky Brito, na Barra da Tijuca, na zona oeste da cidade.

“O atropelamento do ator Kayky Brito mostra bem que a velocidade permitida em muitas vias da cidade é excessiva. Imaginar que nossa Orla - um lugar de contemplação, lazer e paz - tem velocidade máxima de 70km, é um absurdo.  Independentemente de responsabilidades no caso em questão, não é admissível manter isso”, publicou Eduardo Paes na plataforma X, antigo Twitter. 

“Já determinei que a CETRIO me apresente ainda essa semana uma mudança no limite da orla do Rio. E vamos avançar com essas mudanças em outras vias da cidade!”, completou o político.