Casada com Nicolás Maduro desde 2013, a primeira-dama da Venezuela, Cilia Flores, também foi homenageada com o marido num almoço oferecido por Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira (29), em Brasília. (Saiba mais sobre a viagem de Maduro ao Brasil no vídeo abaixo).

Conhecida por ser a primeira presidente mulher da Assembleia Nacional da Venezuela e principal advogada de defesa de Hugo Chávez, Cilia também é vista pelos governistas como dotada de "personalidade forte".

A influência que Cilia exerce sobre o líder da Venezuela é alvo de críticas por alguns aliados de Maduro. Na visão deles, o presidente acataria critérios e sugestões da esposa "mais do que deveria".

Em declarações, o presidente venezuelano já havia ressaltado o ativismo político de Cilia. Pouco depois do matrimônio, em 15 de julho de 2013, Maduro afirmou que se casou com uma militante de esquerda de longa data - a quem, inclusive, se refere como primeira combatente.  

Não me casei com uma dona de casa submissa, disse na ocasião.  

Apesar de oficializado há pouco menos de dez anos, o casal vive junto faz quase três décadas. Ainda durante a campanha eleitoral de 2012, o então candidato Maduro prometeu que regularizaria o que já existia com Cilia após a vitória no pleito, que ocorreu em abril de 2013.

Carreira de Cilia Flores

• Graduada em Direito, exerceu a advocacia durante dez anos;
• Peça-chave da equipe de defesa de Hugo Chávez, participou da libertação do então tenente-coronel da prisão, em 1994. Chávez foi preso dois anos antes por tentativa de golpe de estado;
• Deputada na Assembleia Nacional da Venezuela: de 2000 a 2012 e desde 2016;
• Primeira mulher venezuelana a se tornar presidente da Assembleia Nacional, cargo que exerceu de 2006 a 2011;
• Procuradora-geral da República de 2012 a 2013;
• Casada com Nicolás Maduro, primeira-dama da Venezuela desde 2013.

Com 66 anos, Cilia Adela Gavidia Flores de Maduro é deputada da Assembleia Nacional da Venezuela eleita por seu estado natal, Cojedes, desde 2016.

Formada na Universidade de Santa María de Caracas como advogada, especialista em direito penal e trabalhista, Cilia se juntou em 1993 ao MBV-200, movimento cívico-militar de esquerda fundado por Hugo Chávez em 1982.

A advogada também integrou a equipe de defesa que conseguiu a libertação de Chávez em 1994, após tentativa de golpe de estado por parte do então tenente-coronel.

Com Chávez já no poder, Cilia fez parte Comando Tático para a Revolução, organização ligada ao governo que programou o uso de forças paramilitares para defender o presidente da tentativa de golpe de 2002.  

Enquanto foi deputada, ela foi acusada de nepotismo, por empregar parentes em gabinetes da Assembleia Nacional. Cilia afirmou que as acusações se tratavam de campanha de difamação.  

Em 2015, Efraín Antonio Campo Flores e Francisco Flores de Freitas, um afilhado e um sobrinho da primeira-dama, foram presos no Haiti por tentativa de transportar 800kg de cocaína aos Estados Unidos. Sete anos mais tarde, os dois foram liberados, em acordo entre Venezuela e o governo norte-americano.