Quase 30 corpos já foram encontrados em covas rasas de um cemitério clandestino em um antigo aterro sanitário no extremo sul de São Paulo. As informações são do Brasil Urgente.
Esta é a terceira vez, em três meses, que policiais civis do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) vão até o terreno. Em quatro horas de trabalhos, os policiais encontraram quatro corpos, enterrados muito próximos uns dos outros. As buscas tiveram a ajuda de cães farejadores e uma máquina retroescavadeira.
Entre os corpos, um carregava os documentos pessoais em um dos bolsos da bermuda. Até agora, segundo o DHPP, já foram encontrados no terreno 27 corpos enterrados.
O cemitério clandestino fica ao lado de uma comunidade, conhecida pelo alto índice de violência, onde impera a lei do silêncio e o tráfico de drogas é comandado pela facção paulista PCC.
Para a polícia, o terreno é usado há pelo menos 10 anos por integrantes da facção criminosa para esconder os corpos de pessoas executadas após condenação em um “tribunal do crime”.
Delatores, acusados de violência sexual e doméstica e integrantes da facção que não cumprem com as obrigações junto ao partido, como a falta de pagamento de “mensalidades”, muitas vezes, são mortas no local com disparos na região da cabeça.
Um dos corpos encontrados é de um homem que estava desaparecido desde abril de 2019. Segundo a polícia, ele era integrante do PCC e passou três anos preso acusado de transportar explosivos.
Um homem que participava do tribunal do crime foi preso pelo DHPP em novembro. Ele tem colaborado com as investigações e disse pra polícia que eles deverão encontrar cerca de 50 pessoas enterradas nesse cemitério. A polícia científica tem usado o confronto genético usando DNA de parentes de desaparecidos para identificar os corpos.