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Quanto ganha um soldado do grupo Wagner? Salário é o dobro do Exército russo

Plano de saúde, seguro de vida e bônus por parentes mortos estão inclusos na proposta da organização que teve um ex-mercenário assassinado por denunciar condições da frente de combate

Da redação

Quanto ganha um soldado do grupo Wagner? Salário é o dobro do Exército russo
REUTERS/Stringer

Um cidadão livre que aceita virar um mercenário do grupo Wagner tem salário de 240 mil rublos - aproximadamente R$12 mil - com plano de saúde e seguro de vida.  

As informações foram divulgadas em anúncio de março deste ano, na rede social VK, popular entre os russos. A ação fazia parte de uma campanha de recrutamento da organização paramilitar que contou, inclusive, com um outdoor nas ruas, segundo vídeo também divulgado nas mídias sociais.

O presidente russo Vladimir Putin confirmou, nesta quarta-feira (24), a morte do chefe do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, que estava a bordo de um jato que caiu nesta terça-feira (23). 

No avião, também estaria o homem apontado como fundador do grupo, Dmitry Utkin. Saiba mais no vídeo abaixo.

O perfil dos recrutas

Na campanha de março deste ano, o grupo estava procurando pessoas entre 22 e 50 anos, sem necessidade de experiência militar. Mas este não foi o único público que a organização já recrutou.

O grupo é composto também por militares aposentados, com idades entre 35 e 55 anos. No final do ano passado, o governo de Putin autorizou o grupo Wagner a recrutar mercenários entre condenados que cumpriam pena em prisões na Rússia.  

Aos presos foi oferecida a opção de lutar na guerra em troca da liberdade. Segundo estimativa de órgãos dos EUA, cerca de 40 mil pessoas aceitaram esse acordo.

O salário, no entanto, era um pouco menor, em comparação ao que foi oferecido aos cidadãos livres: 200 mil rublos, o que equivale a cerca de R$ 10 mil.

Ainda assim, isso é mais ou menos do dobro dos ganhos oferecidos no Exército russo. O salário médio de um militar no país varia de 70 mil a 100 mil rublos - o que dá de R$ 3,6 a R$5,1 mil.

O caso de Yevgeny Nuzhin

Yevgeny Nuzhin, um ex-assassino condenado que havia se juntado ao grupo como mercenário, se rendeu na Ucrânia em setembro de 2022. Ele deu uma série de entrevistas revelando condições de combate que o levaram a desertar.  

Depois de ser trocado como prisioneiro de guerra, um vídeo surgiu no aplicativo de mensagens Telegram mostrando Nuzhin sendo executado com uma marreta.

Os incentivos para ingressar no grupo Wagner

De acordo com veículos de mídia e o líder do grupo, Yevgeny Prigozhin, esses são os dígitos ligados à organização:

  • De R$10 a R$12 mil (de 200 mil a 240 mil rublos): o salário de um soldado
  • R$ 260 mil (5 milhões de rublos) : quanto as famílias dos soldados Wagner recebem quando um parente é morto
  • 500-800: quantos soldados o grupo Wagner recruta por dia, em média, de acordo com Prigozhin
  • R$ 1,2 bilhão (250 milhões de dólares): quanto as empresas ligadas ao chefe do Grupo Wagner, Prigozhin, acumularam a partir dos recursos naturais que obtiveram em troca da prestação de serviços de segurança a dezenas de países que vivem conflitos armados na África e no Oriente Médio nos quatro anos anteriores à invasão da Ucrânia pela Rússia. Esse dado foi informado em uma investigação do Financial Time.

O que é o grupo Wagner

  • Grupo paramilitar que recebe dinheiro para atuar em batalhas.
  • Formado por mercenários não só da Rússia, mas de vários países da Europa.
  • Surgiu com o fim da Segunda Guerra da Chechênia, em 2000, fundado pelo tenente-coronel Dmitriy Valeryevich Utkin.
  • O nome do grupo vem do compositor alemão Wagner.
  • Admirador de Adolf Hitler, Utkin também gostava daquele que era um dos músicos favoritos do ditador nazista.

Desde a criação, a organização paramilitar apoiou o exército russo em conflitos e guerras civis, em países como Líbia, Sudão e Ucrânia. O intuito da utilização do grupo que a Rússia não seja acusada de crimes de guerra.

Pagos, os mercenários lutam pelos interesses russo sem soldados e o aparato militar institucionalizado. O grupo Wagner tem escritórios funcionando em alguns países, entre eles a Argentina. Atualmente, estima-se que a organização tenha mais de 50 mil soldados.  

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