O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, anunciou na última terça-feira (12) que o bilionário Elon Musk assumirá o novo “Departamento de Eficiência” que será criado no segundo governo do republicano.
Musk, um dos principais cabos eleitorais de Trump, comandará ao lado Vivek Ramaswamy um órgão que terá a missão de desmantelar a burocracia do Estado norte-americano, no meio de questionamentos de conflitos de interesses.
O que será o Departamento de Eficiência
Segundo o anúncio de Trump, o novo departamento será uma entidade que atuará fora do sistema do governo para “desmantelar a burocracia governamental, cortar regulamentações excessivas, cortar o desperdício de orçamento e reestruturar agências federais”.
O presidente eleito deu pouco detalhes sobre a agência, indicando que ela terá caráter consultivo. Com isso, os nomes não precisam ser aprovados pelo Legislativo dos EUA.
A agência terá duração de um ano e meio, terminando os trabalhos no dia quatro de julho de 2026, aniversário de 250 da assinatura da declaração da independência dos Estados Unidos.
Na rede social X, do próprio bilionário, Musk afirmou o departamento terá um ranking de gastos públicos mais absurdos. “Isso será, ao mesmo tempo, extremamente trágico e divertido”, escreveu.
Durante a campanha, Musk chegou a dizer ser capaz de cortar US$ 2 trilhões (cerca de R$ 11, 4 trilhões) do orçamento anual norte-americano, hoje na casa dos US$ 6,5 trilhões (cerca de R$ 37,5 trilhões). Para efeito de comparação, o corte seria o dobro do Orçamento da União aprovado no Congresso para 2024, no valor de R$ 5,5 trilhões.
Conflito de interesses
O anúncio de Musk em um cargo que terá influência no orçamento federal norte-americano gerou acusações de conflito de interesses.
A SpaceX empresa aeroespacial do bilionário, tem mais de 100 contratos com o governo norte-americano, sendo responsável por missões da Nasa e lançamentos de satélites.
Há o questionamento se Musk não terá o poder de influenciar no orçamento para beneficias os seus negócios privados, enquanto outros setores sofrem com cortes de gastos.
Em sua defesa, o empresário afirmou que todas as decisões do departamento serão “totalmente transparentes”, sendo publicadas online.
“Sempre que o público achar que estamos cortando algo importante ou algo desnecessário, basta no avisar”, escreveu.
Somente a eleição do republicano já rendeu dinheiro para Musk. As ações da Tesla, fabricante de veículos elétricos do bilionário, dispararam cerca de 39%. Isso elevou o valor de mercado da empresa bem acima de US$ 1 trilhão. Com isso o patrimônio líquido de Musk aumentou 70 bilhões e foi para US$ 320 bilhões.
A relação entre Musk e Trump
A agência é um prêmio de Trump para o seu principal cabo eleitoral na volta à Casa Branca.
Ele investiu pelo menos US$ 130 milhões em doações para Trump. Além de financiar uma operação em um estado indeciso para registrar eleitores de direita.
Musk também liderou comícios como um substituto para seu candidato favorito e distribuiu US$ 1 milhão para eleitores registrados, o que gerou muita polêmica nos Estados Unidos.
Vivek Ramaswamy e o fim do FBI
O outro nome por trás da nova agência também traz preocupação para analistas. Vivek Ramaswamy participou das primárias republicanas deste ano, derrotado exatamente por Trump.
Entre as suas principais plataformas de campanha estava o fim de uma série de agências federais, incluindo o FBI, o Departamento de Educação e a Comissão de Regulamentação Nuclear.
O argumento de Ramaswamy é que essas agências são “redundantes”, podendo ter as funções redistribuídas para outros órgãos.
No caso do FBI, ele chegou a dizer os trabalhos de investigação poderiam ser divididos entre o serviço secreto dos EUA, a Agência de Inteligência de Defesa e a Rede de Combate aos Crimes Financeiros.