Agentes da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática do Rio de Janeiro realizaram, nesta segunda-feira (21), uma operação contra uma organização criminosa acusada de praticar extorsões contra políticos utilizando sites e páginas em redes sociais para espalhar notícias falsas para difamação.
Apontado como líder da organização, Igor Patrick de Souza foi um dos alvos dos mandados de prisão, mas não foi encontrado em sua casa e é considerado foragido. Seis mandados de busca e apreensão foram cumpridos e três pessoas foram conduzidas à Cidade da Polícia para prestar esclarecimentos.
Segundo as investigações, políticos que não aceitavam os serviços de marketing digital oferecidos pela quadrilha viravam alvos, com os criminosos publicando fake news nas redes sociais para depois tentar extorquir dinheiro das vítimas para remover os ataques. Os bandidos chegavam a cobrar cerca de R$ 10 mil pela extorsão.
“Tanto botava diretamente a notícia falsa, como usava outros perfis dele, falsos, para fazer falsas denúncias onde ele publicava como se fosse uma denúncia de um morador da localidade. Mas, na verdade, era ele girando a fake news que ele mesmo estimulava nas redes sociais dele”, explica o delegado Pablo Sartori.
Segundo monitoramento da polícia, as ações da quadrilha atingiram políticos desde a Baixada Fluminense até Paraty, no litoral.
As principais vítimas eram deputados estaduais, federais, vereadores e até mesmo prefeitos. Entre os alvos do grupo, estavam o deputado federal Áureo Lídio Moreira Ribeiro, a prefeita eleita de Guapimirim, Marina Pereira da Rocha Fernandes e o atual prefeito de Magé, Rafael dos Santos Souza.
Nesta segunda-feira, na mesma delegacia responsável pela operação, a deputada estadual Renata Souza (PSOL) registrou um boletim de ocorrência por ameaças que recebeu pelas redes sociais.
“É basicamente tentando me silenciar, ou seja, falando o que já aconteceu com a Marielle [Franco, vereadora do PSOL assassinada em março de 2018] e pode acontecer com outra pessoa. E o teor também traz uma questão com relação a falar demais”, relatou a deputada.
Segundo a Polícia Civil, já foi instaurado um inquérito sobre o caso para identificar o agressor.
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