Qdenga: o que é a vacina contra dengue, quem pode tomar, qual eficácia e mais

Imunizante já foi aprovado pela Anvisa e incorporado no SUS; campanha deve ser iniciada em fevereiro

da Redação com Agência Brasil

O Ministério da Saúde incorporou, no dia 21 de dezembro de 2023, a vacina contra dengue no Sistema Único de Saúde (SUS) – fazendo com que o Brasil se tornasse o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público universal. 

A Qdenga, no entanto, não será utilizada em larga escala em um primeiro momento, já que o laboratório fabricante, Takeda, afirmou que tem uma capacidade restrita de fornecimento de doses. Por isso, a vacinação será focada em público e regiões prioritárias. 

O que é a vacina Qdenga?

A Qdenga é a vacina contra a dengue desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda Pharma. 

Ela é aprovada para a prevenção da doença em indivíduos na União Europeia (UE)/Espaço Econômico Europeu (EEE) — incluindo todos os Estados-Membros da UE e Irlanda do Norte, bem como países do EEA (Islândia, Liechtenstein, Noruega) e Grã-Bretanha. Nestes países a orientação é vacinar os viajantes para áreas endêmicas. 

Indonésia e Tailândia também aprovaram o registro da vacina, assim como a Argentina, que ainda não incorporou o imunizante ao sistema de saúde local.

Frascos da vacina Qdenga (Foto: Rogério Vidmantas/Prefeitura de Dourados)


No Brasil, o parecer final favorável da Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec) foi dado em reunião no dia 20 de dezembro, considerando o cenário epidemiológico e a necessidade de incluir mais uma alternativa para enfrentamento à doença.

O imunizante tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com indicação para prevenção de dengue causada por qualquer sorotipo do vírus para pessoas de 4 a 60 anos de idade, independentemente de exposição prévia.

Qual é a eficácia?

O ciclo completo de imunização com a Qdenga é atingido com as duas doses, em intervalo de três meses. Nos ensaios clínicos, a eficácia geral registrada foi de 80,2% contra a dengue causada por qualquer sorotipo, após 12 meses da segunda dose. 

A vacina também reduziu as hospitalizações em 90%. Segundo o laboratório Takeda, ela garante imunização contra a doença por até cinco anos.

De acordo com o governo, a estratégia da imunização será somada a outras formas de combate aos subtipos do vírus que circulam no Brasil, principalmente com ações de controle ao vetor Aedes aegypti.

Quem pode tomar?

O Ministério da Saúde informou, no último dia 15 de janeiro, que será priorizada, em um primeiro momento, a faixa etária de 6 a 16 anos. A previsão é iniciar a vacinação em fevereiro. 

O país irá adquirir 5,2 milhões de doses da Qdenga, além de receber doações. O quantitativo irá possibilitar vacinação de até 3 milhões de pessoas, já que o esquema vacinal prevê duas doses.

De acordo com o diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Eder Gatti, a faixa etária é preconizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e recomendada pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização, composta por especialistas na área.

Dentro desse grupo [6 a 16 anos], vamos ver qual é o melhor grupo etário para ter melhor resultado epidemiológico, evitando hospitalizações e mortes, apontou Gatti

A definição sobre qual público-alvo, bem como as localidades prioritárias, será feita em conjunto com estados e municípios, em reunião marcada para o final de janeiro.

Dengue no Brasil

A infecção por dengue gera uma doença que pode ser assintomática ou apresentar formas mais graves, evoluindo ocasionalmente ao óbito. A forma viral clássica envolve sinais e sintomas, tais como: 

  • fraqueza muscular,
  • sonolência,
  • recusa da alimentação e de líquidos,
  • vômitos,
  • diarreia ou fezes amolecidas.

O Brasil bateu recorde de mortes por dengue no ano de 2023. Foram 1,6 milhão de casos e 1.094 vítimas fatais doença até o dia 27 de dezembro.

De acordo com a OMS, o país tem o maior número de casos da doença no mundo, respondendo por metade do total global. Autoridades de saúde já alertaram para uma epidemia no Brasil em 2024.

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